São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 2002

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BASQUETE

Liderada pelo time de Ribeirão, que tenta recorde, região leva a mata-matas seis de sete participantes no torneio

Interior domina 1ª fase do Estadual de SP

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com domínio quase completo dos times do interior, o Paulista masculino encerra hoje a primeira fase com um jogo -Paulistano x Casa Branca. Dos oito classificados aos mata-matas e que asseguraram vaga no Nacional-2003, só um, o Pinheiros, é da capital.
A equipe, entretanto, ocupava a última vaga até anteontem.
Por outro lado, o interior conseguiu colocar na fase decisiva seis de seus sete participantes no Estadual (Ribeirão Preto, Uniara, Bauru, Franca, Limeira e Casa Branca). A região conta também com a grande sensação do torneio até aqui. O COC/Ribeirão Preto ostenta uma invencibilidade de 30 jogos e assegurou a liderança da fase de classificação com 60 pontos -sete a mais que o segundo colocado, o Valtra/Mogi.
O time tenta superar a campanha do Franca, que obteve 35 vitórias no Paulista de 1992. Para passar o rival, o Ribeirão Preto terá que manter a invencibilidade nos dois primeiros mata-matas.
"Nossa meta não é conservar a série de vitórias, mas ganharmos o título. Se for invicto, melhor ainda. Mas sabemos que é difícil manter isso nos mata-matas", analisa o técnico Aluísio Ferreira, o Lula, do Ribeirão, cotado para assumir a seleção brasileira.
O contraste com a capital é gritante. São Paulo contou com cinco times no Estadual. Quatro -Palmeiras, Paulistano, Espéria e Hebraica- estão eliminados.
"Os clubes sociais não estão voltados ao esporte de alto nível. Eles fazem investimentos modestos. O Palmeiras, que poderia atrair sua torcida, não apóia muito o basquete", diz Lula, que já treinou o time do Parque Antarctica.
A cidade já teve sua força. Na década de 80, Monte Líbano e Corinthians conquistaram cinco títulos do Paulista. Desde 1986, no entanto, um time da cidade não ergue um troféu do campeonato.
"Naquela época, clubes como Sírio e Monte Líbano faziam grandes investimentos. A maioria dos jogadores também mantinha dupla atividade. Por isso era vantajoso jogar em um time da cidade", lembra Carlos Alberto Rodrigues, o Carlão, técnico do Mogi.
Hoje, as equipes do interior é que levam vantagem. Além de serem mais bem estruturadas, conseguem criar vínculos com suas cidades e, consequentemente, contam com mais torcedores.
"Jogar na capital é como atuar em quadra neutra. Você vai na Hebraica e tem só 20 torcedores assistindo ao jogo. Em outras cidades, a torcida comparece e apóia a equipe", conclui Carlão.


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