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São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2003

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FUTEBOL

Após cinco meses, time volta a vencer em seu estádio e rebaixa Fortaleza

Ponte Preta quebra jejum em casa e escapa da Série B

DA REPORTAGEM LOCAL

Foram cinco meses, 11 partidas, sete derrotas, quatro empates e nenhuma vitória em casa. Mas o martírio da Ponte Preta, que, em séria crise financeira, viu a deserção de 21 jogadores neste ano, terminou ontem. A equipe de Campinas, depois desse imenso jejum, voltou a triunfar no estádio Moisés Lucarelli e escapou da segunda divisão no Brasileiro-2004.
A vitória por 2 a 0 sobre o Fortaleza foi suficiente para manter o time, que entrou em campo na penúltima posição, na elite.
No final, os torcedores invadiram o campo como se a Ponte tivesse conquistado um título. O técnico Abel Braga, que anunciou que se despediria do time ontem, deixou o campo ovacionado pela torcida. "Só escapamos porque tivemos um grupo de garotos muito determinados aqui", disse Braga, chorando compulsivamente.
Já o time cearense, que precisava empatar para fugir do descenso, acompanhará o Bahia na Série B no ano que vem. O Fortaleza, que subiu para a divisão de elite em 2002, retorna à Segundona em 2004 reclamando de "discriminação" ao futebol nordestino.
Ontem mesmo, após o primeiro gol da Ponte, o goleiro Jéfferson, do Fortaleza, falou em um complô contra equipes da região. "Fizeram falta em mim, e o juiz não deu. Isso é preconceito contra a gente", disse o atleta cearense.
A partida, marcada para as 16h, começou com mais de dez minutos de atraso. Em campo, o juiz Márcio Rezende de Freitas reclamava da "malandragem" dos times. "Esse jogo tem que ser encarado por nós como uma guerra. E tem de ser vencida por nós", disse o meia Piá, dando o tom do duelo.
Com apenas 25 segundos de partida, duas faltas já haviam sido feitas. Aos 3min, Lucas perdeu chance incrível para a Ponte, insuflando a torcida que lotou o estádio Moisés Lucarelli.
Para atrair o público, a diretoria do clube campineiro reduziu o preço dos ingressos para R$ 5.
E os seguidores da Ponte puderam comemorar o gol do zagueiro Gerson aos 13min do primeiro tempo. Ele aproveitou falha do goleiro Jéfferson para empurrar a bola para o gol livre. No lance, os cearenses reclamaram de falta do atacante Lucas no goleiro.
O Fortaleza, que jogava por um empate e até então não se arriscava, tentou reagir. Aos poucos, passou a encurralar o rival em seu campo defensivo. E perdeu algumas oportunidades para empatar.
O time do técnico Abel Braga, que fez 42 faltas (contra 23 do rival) e terminou o Nacional como o segundo mais violento -média de 29,6 infrações-, tinha dificuldades para armar as jogadas e não sabia como aproveitar os espaços deixados pelo adversário.
"Não podemos dar tantos espaços. O campeonato já nos mostrou isso", reclamou Braga, no caminho para os vestiários.
No segundo tempo, o treinador mudou e seu time passou a ser menos ameaçado. E até arriscou idas ao ataque, mas sem eficiência. Na melhor delas, aos 9min, Jéfferson saiu nos pés de Marquinhos para evitar o gol da Ponte.
Antes de comemorar a manutenção na primeira divisão, porém, a Ponte viu Alexandre acertar a trave de Lauro. No final, Adrianinho assegurou a vitória dos campineiros ao marcar 2 a 0.


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