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FUTEBOL
Após cinco meses, time volta a vencer em seu estádio e rebaixa Fortaleza
Ponte Preta quebra jejum em casa e escapa da Série B
DA REPORTAGEM LOCAL
Foram cinco meses, 11 partidas,
sete derrotas, quatro empates e
nenhuma vitória em casa. Mas o
martírio da Ponte Preta, que, em
séria crise financeira, viu a deserção de 21 jogadores neste ano, terminou ontem. A equipe de Campinas, depois desse imenso jejum,
voltou a triunfar no estádio Moisés Lucarelli e escapou da segunda divisão no Brasileiro-2004.
A vitória por 2 a 0 sobre o Fortaleza foi suficiente para manter o
time, que entrou em campo na
penúltima posição, na elite.
No final, os torcedores invadiram o campo como se a Ponte tivesse conquistado um título. O
técnico Abel Braga, que anunciou
que se despediria do time ontem,
deixou o campo ovacionado pela
torcida. "Só escapamos porque tivemos um grupo de garotos muito determinados aqui", disse Braga, chorando compulsivamente.
Já o time cearense, que precisava empatar para fugir do descenso, acompanhará o Bahia na Série
B no ano que vem. O Fortaleza,
que subiu para a divisão de elite
em 2002, retorna à Segundona em
2004 reclamando de "discriminação" ao futebol nordestino.
Ontem mesmo, após o primeiro
gol da Ponte, o goleiro Jéfferson,
do Fortaleza, falou em um complô contra equipes da região. "Fizeram falta em mim, e o juiz não
deu. Isso é preconceito contra a
gente", disse o atleta cearense.
A partida, marcada para as 16h,
começou com mais de dez minutos de atraso. Em campo, o juiz
Márcio Rezende de Freitas reclamava da "malandragem" dos times. "Esse jogo tem que ser encarado por nós como uma guerra. E
tem de ser vencida por nós", disse
o meia Piá, dando o tom do duelo.
Com apenas 25 segundos de
partida, duas faltas já haviam sido
feitas. Aos 3min, Lucas perdeu
chance incrível para a Ponte, insuflando a torcida que lotou o estádio Moisés Lucarelli.
Para atrair o público, a diretoria
do clube campineiro reduziu o
preço dos ingressos para R$ 5.
E os seguidores da Ponte puderam comemorar o gol do zagueiro
Gerson aos 13min do primeiro
tempo. Ele aproveitou falha do
goleiro Jéfferson para empurrar a
bola para o gol livre. No lance, os
cearenses reclamaram de falta do
atacante Lucas no goleiro.
O Fortaleza, que jogava por um
empate e até então não se arriscava, tentou reagir. Aos poucos,
passou a encurralar o rival em seu
campo defensivo. E perdeu algumas oportunidades para empatar.
O time do técnico Abel Braga,
que fez 42 faltas (contra 23 do rival) e terminou o Nacional como
o segundo mais violento -média
de 29,6 infrações-, tinha dificuldades para armar as jogadas e não
sabia como aproveitar os espaços
deixados pelo adversário.
"Não podemos dar tantos espaços. O campeonato já nos mostrou isso", reclamou Braga, no caminho para os vestiários.
No segundo tempo, o treinador
mudou e seu time passou a ser
menos ameaçado. E até arriscou
idas ao ataque, mas sem eficiência. Na melhor delas, aos 9min,
Jéfferson saiu nos pés de Marquinhos para evitar o gol da Ponte.
Antes de comemorar a manutenção na primeira divisão, porém, a Ponte viu Alexandre acertar a trave de Lauro. No final,
Adrianinho assegurou a vitória
dos campineiros ao marcar 2 a 0.
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