MANUELA MARTINEZ
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Com cinco gols de Alex, 26, sendo quatro de pênalti, o Cruzeiro bateu ontem o Bahia por 7 a 0, na Fonte Nova, em Salvador, e despachou a equipe baiana de volta para a segunda divisão do Brasileiro -de onde havia subido após uma virada de mesa em 1999.
De quebra, o time mineiro, campeão com duas rodadas de antecipação, atingiu duas façanhas inéditas na história do Nacional. Na classificação, a equipe alcançou os cem pontos. O ataque também se tornou o mais produtivo da história: foram 102 gols.
O placar logrado ontem foi a maior goleada do Nacional-2003 ao lado da vitória do Goiás sobre o Juventude, no dia 27 de abril.
"Nós não temos nada a ver com o Bahia. Estamos jogando por nós, para o Cruzeiro chegar aos cem pontos e fazer gols", disse o técnico Wanderley Luxemburgo no intervalo da partida, quando seu time já vencia por 4 a 0.
Do lado do Bahia, que terminou o campeonato em último com 46 pontos em 46 jogos, os jogadores reconheceram a inferioridade da equipe. "Isso é só um retrato daquilo que foi o Bahia no campeonato inteiro", disse o meia Preto. Para o meia Ramos, "a vergonha já vem desde o começo do ano. O resultado de hoje [ontem] foi uma consequência disso".
A torcida baiana manifestou sua insatisfação pelo rebaixamento da equipe de várias formas: tentou invadir o gramado, atirou objetos contra jogadores, mostrou faixas com dizeres contra a presidência do clube, exercida por Marcelo Guimarães.
Rebaixado em 1997, o Bahia só voltou à divisão de elite, à convite, com a criação da Copa João Havelange em 1999.

Pênaltis
Com 16 minutos de atraso, o jogo começou com o Bahia pressionando. A sequência de pênaltis começou aos 12min, quando Paulinho derrubou o lateral Maurinho na área. O meia Alex cobrou no canto esquerdo de Emerson.
Aos 16min, Valdomiro pôs a mão na bola dentro da área. Novo pênalti. Novo gol de Alex no canto esquerdo. Cinco minutos depois, Valdomiro cometeu infração no atacante Mota. Dessa vez, Alex colocou a bola no canto direito.
No final da primeira etapa, aos 37min, o meia cruzeirense fechou sua série de pênaltis, batendo no canto esquerdo após falta sofrida pelo atacante Márcio Nobre.
No segundo tempo, já com o placar garantido, Luxemburgo trocou Wendell pelo veterano meia Zinho. O time mineiro seguiu dominando e, aos 10min, Felipe Mello ampliou o placar, ao chutar de dentro da área.
O Cruzeiro, que fez só dez faltas na partida, teve fôlego para mais dois tentos, com Alex (23 gols, artilheiro do time mineiro) e Mota.


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