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São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2003

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ATLETISMO

Coréia do Sul quer fazer tira-teima de final dos 100 m dos Jogos de Seul-88, com Carl Lewis e Ben Johnson na pista

Mais "suja" final olímpica pode ter reedição

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Promotores sul-coreanos querem reeditar a final dos 100 m dos Jogos de Seul-1988, que ficou conhecida como a mais "suja" do atletismo em Olimpíadas. O desafio seria em setembro, um mês depois dos Jogos de Atenas.
Dos oito finalistas daquela prova, cinco tiveram problemas com doping, incluindo os três que subiram ao pódio -Ben Johnson, Carl Lewis e Linford Christie.
Johnson, 41, foi o protagonista do maior escândalo de doping olímpico, ao ser flagrado para o esteróide anabólico estanozolol.
O canadense perdeu o ouro e ainda teve anulado seu tempo (9s79), que seria o novo recorde mundial. A marca só foi superada em 2002, por Tim Montgomery.
Róbson Caetano, 39, que ficou em quinto lugar, foi um dos únicos daquele grupo que não tiveram a carreira manchada pelo doping. Os outros foram o norte-americano Calvin Smith, 42, promovido ao pódio com a eliminação de Johnson, e o jamaicano Ray Stewart, 38, sétimo colocado.
Stewart, porém, é o técnico de Jerome Young, velocista liberado pelos EUA para competir nos Jogos de Sydney-00 mesmo depois de ter sido pego no antidoping.
Por esses motivos, uma reedição do duelo envolveria controvérsias. Para convencer todos, foi oferecida uma premiação recorde de US$ 1 milhão. Como comparação, neste ano, Maria Mutola ganhou prêmio similar. Porém, para isso, teve que vencer os 800 m nas seis etapas da Golden League, conjunto de provas mais importantes do calendário do atletismo.
Johnson já disse que aceitaria participar do evento. "Eu não concordei com nada porque ninguém ainda me procurou. Mas, se eu vir a oferta na mesa, com certeza irei", afirmou o ex-velocista.
Carl Lewis, 42, dono de nove ouros olímpicos, que esteve envolvido recentemente em outra polêmica de doping, também teria mostrado receptividade à idéia.
Em abril, Wade Exum, ex-diretor de controle de drogas do Comitê Olímpico dos EUA, afirmou que o velocista teve antidoping positivo para três estimulantes -efedrina, pseudoefedrina e fenilpropanolamina- pouco antes de competir na Coréia do Sul.
Linford Christie, 43, por sua vez, já disse que não aceita participar da corrida. O britânico foi suspenso em 1999 por uso do esteróide anabólico nandrolona.
A negativa de Christie tem um lado prático. Atualmente, ele é treinador de Darren Campbell, além de ser credenciado pela Iaaf, entidade que comanda o atletismo, como empresário de outros atletas de ponta da Inglaterra.
Caso aceite o desafio, o ex-velocista teme ser punido pela federação internacional, cujas regras proíbem os atletas de disputarem provas com a participação de competidores banidos por doping, como é o caso de Johnson, expulso da modalidade em 1993.
Dennis Mitchell, 37, dos EUA, quarto lugar em Seul, teve seu prestígio abalado em 1998, quando um exame de constatou alteração em seu nível de testosterona. Condenado a uma pena de dois anos, recorreu e foi inocentado.
Por fim, o canadense Desai Wil-liams, 44, que chegou em sétimo lugar, mais tarde teve que responder a inquérito por uso de drogas.


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