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Escândalo de doping faz EUA se alarmarem
Bush diz que esteróides "sujaram" beisebol do país
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia após a divulgação do
relatório do ex-senador George
Mitchell sobre doping na MLB
(liga norte-americana de beisebol), os EUA entraram em polvorosa. É como se tivessem
descoberto só anteontem que o
uso de substâncias proibidas
-comentado à boca pequena
há décadas- é prática cotidiana em seus esportes de elite.
A acusação de que há uso deliberado de drogas ilícitas entre
atletas mereceu comentário
até do presidente George W.
Bush, fã da modalidade e ex-proprietário de uma equipe.
"Espero que esse documento
permita deixar para trás a era
dos esteróides na MLB", afirmou Bush. "Tanto os jogadores
como os proprietários [das
equipes] devem levar o relatório Mitchell a sério."
Bush, no entanto, pediu cautela antes de punir jogadores.
"Acredito que o melhor é que
não haja conclusões apressadas
sobre os jogadores, ainda que
possamos concluir que os esteróides sujaram o esporte."
Para o presidente americano,
porém, o impacto da notícia
atinge diretamente a juventude
do país, que tem os astros do
beisebol como modelo.
Não é de hoje que há desconfiança de doping generalizado
na MLB. A política antidoping
da liga é tímida e já mereceu
críticas de Bush em discurso
anual no Congresso, em 2004.
Só em 2002 houve acordo para se aplicar testes contra esteróides anabólicos, substância
que aumenta a força muscular.
O hormônio de crescimento,
droga também banida pelo Código Mundial Antidoping, só foi
proibido pela liga em 2005.
Várias das estrelas do beisebol foram citadas no relatório
Mitchell. Entre eles estão sete
MVPs (melhores jogadores da
temporada), como Roger Clemens e Jose Canseco.
Dos jogadores que ainda estão em atividade, aparecem
também os nomes de Jason
Giambi, Eric Gagne, Paul Lo
Duca, Troy Glaus, Gary Matthews Jr. e Brian Roberts.
A repercussão negativa do
documento já causou perturbação na direção da liga. Bud Selig, homem forte da MLB, prometeu ação efetiva para combater o problema. Já Donald
Fehr, chefe do sindicato de
atletas, disse que a entidade
não tinha do que se desculpar.
O relatório também repercutiu no Legislativo norte-americano, que já convocou Mitchell,
Selig e Fehr a testemunharem
na Câmara na terça.
O documento, de 304 páginas, lista 89 atletas que estiveram em ação na MLB desde a
década de 80. Segundo o relatório, todas as 30 equipes da liga
têm um ou mais jogadores já
flagrados nos controles.
"Durante mais de uma década houve uso de esteróides e
outras drogas proibidas entre
atletas das Grandes Ligas, em
violação às leis federais e à política antidoping", diz Mitchell.
Para confeccionar a lista, o
político negociou até denúncia
premiada. Um ex-atleta do NY
Mets, cuja identidade é mantida sob sigilo, forneceu provas
de que outros membros da
equipe estavam envolvidos.
Com agências internacionais
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