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Copa-14 não tem preço, mas Jogos-16 já custam R$ 5 bi
Ministério do Esporte aponta que realização do Pan-2007
facilitou a projeção de gastos de eventuais Jogos no Rio
Fato de a Fifa não ter
definido quais cidades
sediarão jogos do Mundial
dificulta cálculo de valores
para organizar a competição
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto uma edição carioca da Olimpíada de 2016 ainda
é um sonho distante, já que a
escolha da sede acontecerá só
em outubro de 2009, o governo
federal já projeta quanto gastará na competição: R$ 5 bilhões.
Mas a conta da Copa do Mundo
do Brasil, que ocorre dois anos
antes, ainda é uma incógnita.
Não entra no cálculo do governo o que já é contemplado
pelo PAC (Plano de Aceleração
do Crescimento), como a reforma do aeroporto do Galeão.
Também os números dos investimentos do município e do
Estado do Rio na Olimpíada de
2016 ainda não estão definidos,
mas isso terá que acontecer até
o começo do ano que vem, pois
um orçamento fechado é uma
exigência do COI (Comitê
Olímpico Internacional).
Segundo técnicos do Ministério do Esporte, a realização
do Pan no Rio, em 2007, facilitou o cálculo de quanto custará
aos cofres públicos a eventual
edição dos Jogos Olímpicos de
2016 na capital carioca. Afirmam que o governo praticamente só precisou atualizar
uma base de diversos gastos.
O fato de a Fifa ainda não ter
apontado o número de arenas
-deve ficar entre dez e doze- e
quais as cidades que recepcionarão a Copa-14 é citado como
dificultador para a produção de
um orçamento.
A CBF diz que a Fundação
Getúlio Vargas desenvolve um
estudo que, ""muito em breve",
precisará os custos da Copa. O
anúncio das cidades-sede está
previsto para março de 2009.
Para uma eventual Olimpíada em 2016, o governo federal
trabalha com investimentos
em quatro áreas: transporte,
hotelaria, revitalização do centro e da zona portuária do Rio e
instalações esportivas. Pelo
cálculo da pasta, já estão erguidos 56% dos equipamentos necessários para os Jogos-16.
Sobre o Mundial, no entanto,
a CBF salienta que ""nossa
orientação é para que não seja
utilizado dinheiro público na
construção dos estádios".
O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., pretende que a
participação da iniciativa privada seja maior do que foi no
Pan-07 -a competição foi praticamente ignorada pelo setor.
Ele invoca a alternativa das
parcerias público-privadas.
Um exemplo do discurso do
governo federal em defesa das
PPPs poderia ocorrer no setor
hoteleiro, pois acredita-se que
o Rio não conte com a capacidade necessária para acomodar
profissionais e turistas que visitarão a cidade na Olimpíada.
A idéia da pasta é que a iniciativa privada erga edificações
que, após serem aproveitadas
nos Jogos, possam ser usadas
como conjuntos habitacionais.
Também em relação à participação da iniciativa privada, a
CBF vê vantagem no Mundial.
Aponta que é mais fácil haver
interesse de empresários em
construir estádios, com ""renda
garantida todas as quartas e domingos", do que instalações de
natação ou de basquete.
Para cada uma das instalações que entrarão no dossiê de
candidatura dos Jogos, diz o governo federal, há um estudo de
sustentabilidade para que não
seja construída uma manada de
""elefantes brancos".
Não foi isso o que ocorreu
com dois dos legados do Pan, o
parque aquático Maria Lenk e o
Velódromo. O custo de sua
construção beira os R$ 85 milhões. Ambos foram cedidos ao
COB, que pagaria R$ 3.360 por
mês. O comitê busca aprovar
agora projeto de lei de incentivo fiscal para tocar as atividades nesses locais.
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