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São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 2003

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FUTEBOL

Flamengo perderia um ponto

Caso Hiroshi depõe contra virada de mesa

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

O "atalho" jurídico que serviu para dar início à última virada de mesa do futebol brasileiro deve, ironicamente, derrubar a pretensão de Lusa e Palmeiras de voltar, pelo tapetão, à primeira divisão.
Os dois apostam que o Flamengo perderá dez pontos na Justiça desportiva pela escalação supostamente irregular do meia Wendell em dois jogos do Nacional.
Eles se baseavam na declaração do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, dada no dia 8 de novembro de 1999. Na época, o dirigente disse que mudaria o artigo 301 do CBDF (Código Brasileiro Disciplinar do Futebol), que beneficiou o Botafogo e deu início à virada de mesa que culminou na Copa JH.
Caso a prometida mudança na redação do artigo sugerida pelo dirigente estivesse em vigor, o clube que atuasse com jogador irregular perderia cinco pontos.
Em 1999, o artigo punia o time que atuasse com atleta irregular com a transferência dos pontos da partida para o adversário.
Baseado nisso, o Botafogo obteve no tapetão os três pontos da derrota para o São Paulo, por 6 a 1.
Na época, os advogados do clube carioca alegaram que o atacante Sandro Hiroshi atuou com o passe bloqueado pela CBF.
Apesar da promessa de Teixeira, que disse que modificaria o artigo em seu "primeiro ato após" o Nacional-99, a redação é apenas um pouco diferente em 2003.
Para o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), que vai julgar o caso, a pena prevista no artigo é "não obtenção, na partida, de ponto algum qualquer que seja o resultado (para o clube que cometeu a irregularidade), sendo que o adversário será adjudicado com o número de pontos que o regulamento da competição determina em caso de vitória (três)".
O Flamengo perderia só um ponto, e não dez, ficando na elite. Wendell entrou em campo no empate com o Bahia (1 a 1) e na derrota para o São Paulo (2 a 3). Em outras partidas do Brasileiro, ele ficou no banco de reservas.


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