São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 2010 |
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negócios à parte Queda de braço marca o início do Paulista-10
Principal Estadual do país, que começa hoje, tem disputa entre FPF e clubes
MARTÍN FERNANDEZ DA REPORTAGEM LOCAL
O Campeonato Paulista, que
começa hoje com cinco jogos,
marca também o início de uma
queda de braço entre a FPF
(Federação Paulista de Futebol) e os quatro grandes clubes
do Estado -Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo.
As agremiações se uniram
em dezembro de 2009 e criaram o G4, grupo que pretende
negociar direitos de transmissão e contratos de publicidade,
entre outras metas comerciais.
A edição de 2010 do Paulista
é a última do contrato assinado
entre a FPF e a Globo, que rende R$ 7,5 milhões por ano aos
clubes. A partir de 2011, o G4
quer negociar direto com a TV.
"Até agora, a federação ouvia
a Globo e nos comunicava. Nós
não podíamos discordar, tentar
um contrato melhor. A partir
do ano que vem, nossa intenção
é sentar com a Globo, ou com
qualquer outra emissora que
estiver interessada, e participar
da conversa", declara José Carlos Peres, executivo do G4.
Logo após o Estadual, o grupo pretende fazer uma licitação
para receber propostas de redes interessadas em transmitir
o Paulista a partir de 2011.
O presidente da FPF, Marco
Polo Del Nero, diz que não haverá "confronto" entre a entidade e o G4. "Eu vejo como algo
altamente positivo essa união
dos clubes", afirma. "A gente
sempre ajudou um ao outro e
agora não vai ser diferente."
Mas Del Nero marca território. "Os clubes sempre participaram de tudo e vão continuar
participando. Mas não apenas
os quatro [grandes], e sim os
outros 16 e a federação junto."
Outro ponto de discórdia entre FPF e G4 é o calendário. Del
Nero deixou claro que o formato de disputa do Paulista será o
mesmo nos próximos anos.
"Vamos ter 20 clubes e a mesma quantidade de datas."
Os times adotam um discurso conciliador, dizem que não
pretendem tirar da FPF a premissa de organizar o Estadual.
Mas deixam claro que pretendem ter mais datas livres a partir da próxima temporada.
Pela atual fórmula, os 20 clubes se enfrentam na primeira
fase e os quatro melhores vão às
semifinais. Os times que chegam à final jogam 23 vezes.
"Nós estamos passando uma
lupa por cima de tudo", declara
Rogério Dezembro, diretor de
marketing do Palmeiras e executivo do G4. "Os clubes tiveram que se profissionalizar, e é
inevitável que essas coisas [direitos de transmissão e calendário] sejam revistas."
Dezembro repete que "a filosofia do grupo não é de enfrentamento", mas avisa: "Rompimento nunca é bom para ninguém. Mas, se tiver que acontecer, vai acontecer, paciência".
O primeiro contrato do G4
foi assinado ainda no ano passado, com a Femsa, que venderá latas de cerveja com o escudo
dos clubes. Cada clube faturou
R$ 2 milhões com o contrato. |
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