São Paulo, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2004

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União São João tem torcida de um homem só

JOSÉ ROBERTO TORERO
COLUNISTA DA FOLHA

O torcedor Mário Comagian vale por quinhentos. Ele era o único representante da torcida do União São João no jogo de ontem, na Vila Belmiro, e ficou sozinho num espaço onde cabem, pelo menos, cinco centenas de pessoas. "É bom assim, com bastante espaço. Eu fiquei naquele pedaço com sombra quando tinha sol, agora estou aqui e se chover pra lá", disse, apontando um pedaço da arquibancada onde há cobertura.
Morador de Araras, no interior paulista, Comagian, um aposentado de 57 anos, está passando férias em Mongaguá, no litoral, e aproveitou para ver seu time na baixada santista.
"Peguei minha mulher e viemos para cá. Ela ficou na praia, eu deixei o carro longe, lá no canal um, e vim a pé. É que eu tenho uma perua Caravan com chapa de Araras. E ela está inteirinha, o pessoal fica de olho, é perigoso...".
O fã solitário exibiu sua carteirinha de torcedor com orgulho e vibrou muito em cada um dos gols do União. Aliás, ele realmente conhece bem seu time, tanto que no primeiro tempo já previa quantos gols o visitante sofreria: "Este lado direito da defesa é uma avenida. Acho que vamos tomar uns oito".
Comagian, que fala com forte sotaque caipira, disse que não sentia o menor medo da torcida adversária. "Está tudo bem. Futebol é alegria. A torcida do Santos até me chamou para ficar lá com eles. Mas eu não vou, não. Eles querem é tirar sarro de mim."


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