São Paulo, sábado, 16 de fevereiro de 2008

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MOTOR

Sete dias


Fim da pré-temporada já permite alguns vaticínios, como o sucesso da Ferrari e o fiasco retumbante da Honda


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

SETE dias. É o que resta de pré-temporada para a maioria das equipes da F-1. Depois, encaixotar a parafernália, carregar os Jumbos, cruzar o mundo, pisar no Albert Park. E torcer para dar certo.
Entre aquela surpreendente tarde de primavera em Interlagos e este sábado de verão, foram 36 dias de testes, em cinco autódromos, envolvendo 47 pilotos que completaram 27.488 km, num total de 122.969 km -ou três voltas na Terra. As horas de trabalho de engenheiros em computadores, simuladores, túneis de vento e até mesmo em desconhecidas pistas de aeroclubes são incontáveis. Enfim, quem fez, fez. E quem não fez, dificilmente fará agora.
Quem fez?
A Ferrari fez. E, mais do que as outras, fez bonito. Principalmente no Bahrein, testando ao lado da Toyota num circuito com condições climáticas parecidas com as que encontrará ao longo do campeonato. Em Sakhir, Raikkonen brilhou, superando, sem controle de tração, o tempo da pole de Massa em 2007. A F2008 parece ser o tipo de carro bem nascido, bem criado e que está no caminho para ser bem crescido. De novembro até agora, foram oito grandes baterias de testes coletivos.
A Ferrari terminou na frente em três delas, duas com Raikkonen. A McLaren também fez. Nasceu bem, cresce em ritmo mais lento, mas constante. Liderou duas baterias, em Valência e Jerez, curiosamente com seu novato, Kovalainen. Ficou atrás da Ferrari na pré-temporada, é fato. Mas é a McLaren, e este é fato mais importante. Começar atrás não implica chegar ao meio do Mundial atrás muito menos terminar atrás. Repito, é a McLaren.
Outra equipe também fez: a Wil-liams. Lance que desafia a perversa lógica comercial da F-1, o time acertou a mão no projeto, mesmo com orçamento reduzido. Embora não tenha liderado nenhuma série de treinos, esteve sempre rondando as primeiras posições. Ocupa, hoje, o posto que foi da BMW em 2007. BMW que não fez. Ou que fez errado e agora corre contra o tempo para se recuperar. Depois de um ano muito bom, fez uma pré-temporada muito ruim. Percebeu o erro, tentou corrigir a rota, mas talvez não chegue a Melbourne no ponto para repetir o quarto lugar de Heidfeld. Renault e Red Bull tentaram fazer.
Tiveram seus bons momentos -Alonso liderou uma das baterias de testes, em Jerez-, mas não chegaram a assustar ninguém. E começarão a temporada desse jeito. O resto fará figuração, em que pese a Toro Rosso ter fechado na frente duas séries, em Jerez e Barcelona, típico resultado que vale só pelo marketing. O time de Berger terá a companhia de Toyota e Force India, com Super Aguri correndo por fora. E todos, todos esses, estarão muito à frente da Honda. Que não fez.

fseixas@folhasp.com.br


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