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MOTOR
Sete dias
Fim da pré-temporada já permite alguns vaticínios, como o sucesso da Ferrari e o fiasco retumbante da Honda
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FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
SETE dias. É o que resta de pré-temporada para a maioria das
equipes da F-1. Depois, encaixotar a parafernália, carregar os
Jumbos, cruzar o mundo, pisar no
Albert Park. E torcer para dar certo.
Entre aquela surpreendente tarde
de primavera em Interlagos e este
sábado de verão, foram 36 dias de
testes, em cinco autódromos, envolvendo 47 pilotos que completaram
27.488 km, num total de 122.969 km
-ou três voltas na Terra. As horas de
trabalho de engenheiros em computadores, simuladores, túneis de vento e até mesmo em desconhecidas
pistas de aeroclubes são incontáveis.
Enfim, quem fez, fez. E quem não
fez, dificilmente fará agora.
Quem fez?
A Ferrari fez. E, mais do que as outras, fez bonito. Principalmente no
Bahrein, testando ao lado da Toyota
num circuito com condições climáticas parecidas com as que encontrará ao longo do campeonato. Em
Sakhir, Raikkonen brilhou, superando, sem controle de tração, o
tempo da pole de Massa em 2007.
A F2008 parece ser o tipo de carro
bem nascido, bem criado e que está
no caminho para ser bem crescido.
De novembro até agora, foram oito
grandes baterias de testes coletivos.
A Ferrari terminou na frente em
três delas, duas com Raikkonen.
A McLaren também fez. Nasceu
bem, cresce em ritmo mais lento,
mas constante. Liderou duas baterias, em Valência e Jerez, curiosamente com seu novato, Kovalainen.
Ficou atrás da Ferrari na pré-temporada, é fato. Mas é a McLaren, e
este é fato mais importante. Começar atrás não implica chegar ao meio
do Mundial atrás muito menos terminar atrás. Repito, é a McLaren.
Outra equipe também fez: a Wil-liams. Lance que desafia a perversa
lógica comercial da F-1, o time acertou a mão no projeto, mesmo com
orçamento reduzido. Embora não
tenha liderado nenhuma série de
treinos, esteve sempre rondando as
primeiras posições. Ocupa, hoje, o
posto que foi da BMW em 2007.
BMW que não fez. Ou que fez errado e agora corre contra o tempo
para se recuperar. Depois de um ano
muito bom, fez uma pré-temporada
muito ruim. Percebeu o erro, tentou
corrigir a rota, mas talvez não chegue a Melbourne no ponto para repetir o quarto lugar de Heidfeld.
Renault e Red Bull tentaram fazer.
Tiveram seus bons momentos
-Alonso liderou uma das baterias
de testes, em Jerez-, mas não chegaram a assustar ninguém. E começarão a temporada desse jeito.
O resto fará figuração, em que pese a Toro Rosso ter fechado na frente duas séries, em Jerez e Barcelona,
típico resultado que vale só pelo
marketing. O time de Berger terá a
companhia de Toyota e Force India,
com Super Aguri correndo por fora.
E todos, todos esses, estarão muito à frente da Honda.
Que não fez.
fseixas@folhasp.com.br
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