São Paulo, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

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Federação vira "vidraça" para rivais do Morumbi

São Paulo escala sete reservas, e Corinthians pede saída de chefe da arbitragem

Para "alfinetar" FPF, diretoria tricolor prioriza Libertadores, e corintianos afirmam que houve interferência externa em decisão do juiz na partida

DA REPORTAGEM LOCAL

Em litígio durante a semana, São Paulo e Corinthians bateram juntos na FPF (Federação Paulista de Futebol) ontem. Inimigos da federação, os são-paulinos escalaram reservas também para esvaziar o Estadual. Enquanto corintianos pediram mudança na Comissão de Arbitragem da entidade, após supostas falhas no jogo.
Desde o ano passado, a diretoria do clube do Morumbi cogitava escalar reservas no Paulista. Seria uma represália ao presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, que fez acusações contra os são-paulinos de tentarem influenciar a arbitragem no Brasileiro-2008. O clube já foi inocentado pela Justiça Desportiva, enquanto o cartola segue investigado.
Com a estreia na Libertadores na quarta, o técnico Muricy Ramalho perguntou à cúpula do clube qual torneio deveria priorizar. Na sexta, os cartolas lhe disseram que o continental era prioritário. Resumo: Muricy escalou sete reservas.
"Foi a decisão correta. Foi comunicado ao Muricy que a prioridade era a Libertadores. E é sempre bom dar uma alfinetada na federação", disse o diretor de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes.
O time do Morumbi ainda pode escalar reservas contra o Santos, que também precede jogo na Libertadores. A equipe já vinha tratando o Paulista quase como pré-temporada.
Os ataques da diretoria do Corinthians à FPF foram após o jogo. O técnico Mano Menezes disse ter certeza de que o árbitro José Henrique de Carvalho foi avisado por uma pessoa de fora do campo da agressão de Túlio a André Dias, que gerou a expulsão do corintiano.
"Estamos adotando um sistema que é ilegal e fere as regras da Fifa. Quando o auxiliar observa qualquer coisa anormal, ele avisa e não fez isso. Foi usando a interferência externa", afirmou o técnico.
Em seguida, o vice de futebol do Corinthians, Mário Gobbi, pediu a saída do presidente da Comissão de Arbitragem, Marcos Marinho. "Mais uma vez falou alguém pelo ponto eletrônico. Peço a demissão do presidente da comissão", disse o cartola, que, apesar disso, fez elogios à gestão de Del Nero.
Um dos responsáveis pela arbitragem na FPF negou interferência externa sobre a decisão do juiz. "Não há a menor possibilidade de isso acontecer. A comunicação eletrônica é só entre o trio de arbitragem. Seria um absurdo se nós, da Comissão de Arbitragem, cometêssemos um erro desse", falou Roberto Perazzi, da escola de juízes da federação.
(EDUARDO ARRUDA E RODRIGO MATTOS)



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