São Paulo, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

O clássico dos 10%

UMA DAS maiores críticas que se faz a Muricy Ramalho é não saber mexer no time. Dizem que demora demais, que mexe de menos. Dizem que se atrapalha quando tem opções demais no banco de reservas. Recomenda-se a esses críticos que vejam o teipe de São Paulo 1x1 Corinthians de ontem.
Dizem de Mano Menezes que sabe mexer com suas peças. Sabe mesmo. Mas, ontem, a única explicação para o técnico corintiano barrar Souza, escalar Douglas e Jorge Henrique no ataque era a tentativa de confundir a zaga são-paulina. Sem atacantes fixos, os três zagueiros tricolores não teriam a quem marcar, pensava o treinador corintiano. O tiro saiu pela culatra.
Como não tinham a quem marcar, Renato Silva e Rodrigo saíam para jogar. Na época em que Muricy era jogador, a palavra da moda era polivalência. Como técnico, ele nunca tocou nesse assunto. Nem precisava.
Em dez minutos, sem terem a quem marcar próximo à grande área, Renato Silva começou a se lançar pelo lado direito. Rodrigo a sair pela esquerda. Em vez de ser marcado por Rodrigo, Jorge Henrique começou a marcá-lo.
Então, Mano Menezes mudou. No intervalo, após ser dominado por todo o primeiro tempo, escalou Souza no lugar de Morais. Em 15 minutos, Muricy percebeu que havia agora um atacante para marcar. Mas não dois, porque Jorge Henrique preenchia o meio-de-campo. Então, Muricy trocou o zagueiro Rodrigo pelo armador Hernanes.
Até ali, o retrato do jogo tinha se dado aos 24 minutos. Wágner Diniz se mandou até a linha de fundo. André Santos largou a marcação, e a jogada são-paulina chegou perfeita à grande área. Caiu no pé de André Lima, e o resultado foi uma furada espetacular. Faltavam Borges no time para concluir, Hernanes para criar. Muricy trocou um zagueiro por um armador, porque só tinha um atacante para marcar. E colocou o pé certeiro de Borges para definir o jogo aos 29 minutos. E dizem que Muricy não sabe mexer.
A alteração de Mano, com a entrada de Boquita, também interferiu no jogo. Boquita só entrou porque o técnico sabe quem tem no banco. Mas Muricy foi melhor em 90%. Em campo, o Corinthians também ficou com 10%.

TRANQUILIDADE
O duelo Ney Franco x Cuca tem sido caracterizado por calma, de um lado, e nervos à flor da pele de outro. Ontem, o Flamengo se deslocava muito, mas isso só abria espaço para o rival. Novos duelos virão. E trarão a lembrança de que, nos jogos históricos, o time de Cuca encantava, o de Ney vencia.

A SEQUÊNCIA
O Atlético-MG não vence o arquirrival desde o primeiro jogo das finais do Estadual de 2007, quando marcou 4 a 0. Ontem, o Cruzeiro fechou a melhor sequência da história do duelo, em dez jogos, com nove vitórias e um empate. E poupou Wágner e Jonathan. Há chance na Libertadores para o Cruzeiro.

BOA SOLUÇÃO
No time do Vitória, o treinador Vágner Mancini costumava escalar sua equipe com dois volantes, três meias e um atacante. No Santos, ele terá gente com a característica ideal para repetir esse sistema tático. Roberto Brum e Rodrigo Souto atuam como volantes. Já Madson, Lúcio Flávio e Bolaños jogam como meias, e Kléber Pereira, como centroavante. Essa é somente uma das vantagens de Vágner Mancini depois da saída de Márcio Fernandes.


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