São Paulo, domingo, 16 de março de 2008

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outros tempos

Clássico confunde papéis em Ribeirão

Enquanto Muricy utiliza 17ª formação diferente, Luxemburgo consolida base

Duelo inverte a discrepância do início do ano, quando a continuidade do São Paulo opunha-se à reformulação enfrentada pelo Palmeiras

MÁRVIO DOS ANJOS
RENAN CACIOLI

DA REPORTAGEM LOCAL

No calor de Ribeirão Preto, às 16h, um clássico paulista pontuado por uma escrita de quase 11 anos em Estaduais verá um Palmeiras e um São Paulo que se ensaiavam bem diferentes em termos de consistência.
No início deste ano, a manutenção de Muricy Ramalho pelo São Paulo e a contratação de Vanderlei Luxemburgo pelo Palmeiras deixavam bem claro quem optava por continuidade e por reformulação.
Hoje, quando os times se enfrentam em disputa direta pela classificação às semifinais, a cinco rodadas do fim da primeira fase, os papéis se inverteram.
Os caminhos dos dois treinadores traçam destinos distintos. Se Luxemburgo consegue dar ao torcedor uma base capaz de fazê-lo recitar a equipe, Muricy está forrado de problemas para montar seu time.
O técnico do clube tricolor colocará em campo sua 17ª formação, sem jamais ter conseguido repetir um time. Fruto de contusões, contratações tardias que não podem ser usadas no Estadual (Éder, Éder Luis e Jancarlos) e suspensões por cartões que assolam o time.
Dificuldades à parte, reclamações surgem. "Não tivemos nenhum pênalti a nosso favor, embora já tenham ocorrido alguns", diz o superintendente de futebol Marco Aurélio Cunha.
Nesta tarde, Muricy terá a volta de André Dias para compor sua defesa, que perdeu Miranda por suspensão. Carlos Alberto deve ser mantido como titular do meio-campo pelo segundo jogo consecutivo.
No ataque, Adriano e Borges terão a chance de mostrar que o entrosamento não ficou só no último jogo, contra o Barueri. Aloísio ficará no banco.
A principal dúvida é se Zé Luís será escalado na zaga ou se ficará na contenção, o que recuaria Richarlyson para a retaguarda. No banco, um problema: o time não tem nenhum zagueiro experiente para emergências, o que deve fazer Muricy recorrer a juniores que atuaram na Copa São Paulo.
Ironicamente, de onde mais se esperavam oscilações causadas pela reformulação total da equipe -incluindo a comissão técnica-, é justamente o lado mais ajustado para o clássico.
O Palmeiras de 2008 lembra pouco o do ano passado. A começar pelo gol, onde Marcos, que volta de suspensão hoje, readquiriu a titularidade. Ele barrou o elogiado Diego Cavalieri, que inclusive "roubara" a camisa 1 do veterano na numeração oficial para a temporada.
Foram nove contratações, sendo que boa parte já está listada na equipe titular. Élder Granja, Henrique, Léo Lima, Diego Souza, Kléber e Alex Mineiro já formam, ao lado de Gustavo, Pierre (hoje suspenso) e Valdivia, a espinha dorsal do time de Luxemburgo.
No banco, Lenny -também suspenso- e Denílson são peças importantes. Apenas o desconhecido Jorge Preá patina para conseguir seu lugar ao sol.
Será com essa solidez que o Palmeiras joga para tentar impedir que o mutante São Paulo complete 11 anos sem perder para o rival em Estaduais -mesma invencibilidade que o Santos de Pelé impôs ao Corinthians, no mais clássico tabu do Paulista, de 1957 a 1968.


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