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outros tempos
Clássico confunde papéis em Ribeirão
Enquanto Muricy utiliza 17ª formação
diferente, Luxemburgo consolida base
Duelo inverte a discrepância
do início do ano, quando a
continuidade do São Paulo
opunha-se à reformulação
enfrentada pelo Palmeiras
MÁRVIO DOS ANJOS
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
No calor de Ribeirão Preto, às
16h, um clássico paulista pontuado por uma escrita de quase
11 anos em Estaduais verá um
Palmeiras e um São Paulo que
se ensaiavam bem diferentes
em termos de consistência.
No início deste ano, a manutenção de Muricy Ramalho pelo São Paulo e a contratação de
Vanderlei Luxemburgo pelo
Palmeiras deixavam bem claro
quem optava por continuidade
e por reformulação.
Hoje, quando os times se enfrentam em disputa direta pela
classificação às semifinais, a
cinco rodadas do fim da primeira fase, os papéis se inverteram.
Os caminhos dos dois treinadores traçam destinos distintos. Se Luxemburgo consegue
dar ao torcedor uma base capaz
de fazê-lo recitar a equipe, Muricy está forrado de problemas
para montar seu time.
O técnico do clube tricolor
colocará em campo sua 17ª formação, sem jamais ter conseguido repetir um time. Fruto de
contusões, contratações tardias que não podem ser usadas
no Estadual (Éder, Éder Luis e
Jancarlos) e suspensões por
cartões que assolam o time.
Dificuldades à parte, reclamações surgem. "Não tivemos
nenhum pênalti a nosso favor,
embora já tenham ocorrido alguns", diz o superintendente de
futebol Marco Aurélio Cunha.
Nesta tarde, Muricy terá a
volta de André Dias para compor sua defesa, que perdeu Miranda por suspensão. Carlos
Alberto deve ser mantido como
titular do meio-campo pelo segundo jogo consecutivo.
No ataque, Adriano e Borges
terão a chance de mostrar que o
entrosamento não ficou só no
último jogo, contra o Barueri.
Aloísio ficará no banco.
A principal dúvida é se Zé
Luís será escalado na zaga ou se
ficará na contenção, o que recuaria Richarlyson para a retaguarda. No banco, um problema: o time não tem nenhum zagueiro experiente para emergências, o que deve fazer Muricy recorrer a juniores que
atuaram na Copa São Paulo.
Ironicamente, de onde mais
se esperavam oscilações causadas pela reformulação total da
equipe -incluindo a comissão
técnica-, é justamente o lado
mais ajustado para o clássico.
O Palmeiras de 2008 lembra
pouco o do ano passado. A começar pelo gol, onde Marcos,
que volta de suspensão hoje,
readquiriu a titularidade. Ele
barrou o elogiado Diego Cavalieri, que inclusive "roubara" a
camisa 1 do veterano na numeração oficial para a temporada.
Foram nove contratações,
sendo que boa parte já está listada na equipe titular. Élder
Granja, Henrique, Léo Lima,
Diego Souza, Kléber e Alex Mineiro já formam, ao lado de
Gustavo, Pierre (hoje suspenso) e Valdivia, a espinha dorsal
do time de Luxemburgo.
No banco, Lenny -também
suspenso- e Denílson são peças importantes. Apenas o desconhecido Jorge Preá patina
para conseguir seu lugar ao sol.
Será com essa solidez que o
Palmeiras joga para tentar impedir que o mutante São Paulo
complete 11 anos sem perder
para o rival em Estaduais
-mesma invencibilidade que o
Santos de Pelé impôs ao Corinthians, no mais clássico tabu do
Paulista, de 1957 a 1968.
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