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Data escolhida para Olimpíada ajuda Pequim a respirar melhor
Estudo aponta que cidade apresenta menores índices de poluição em agosto
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O dia 8/8/2008, que marca a
abertura dos Jogos de Pequim,
não é apenas uma data que simboliza a obsessão local pelo oito, considerado o número da
sorte na tradição chinesa.
A escolha do mês serviu para
evitar que atletas fossem sufocados pelos altos índices de poluição dos outros meses do ano.
Segundo estudo apresentado
pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) no ano passado, é justamente em julho e agosto que a
cidade registra queda drástica
nas concentrações de NO2 (dióxido de nitrogênio), SO2 (dióxido de enxofre), CO (monóxido
de carbono) e partículas de
poeira suspensas no ar.
Como parâmetro, a concentração de pó em agosto é menos do que a metade da registrada em abril, mês em que é mais comum a ocorrência de
tempestades de areia.
Além disso as autoridades
chinesas comemoram a redução ano a ano da presença de
poluentes. Segundo os números do Pnuma, houve queda de
7% na concentração de NO2, de
25% na de SO2 e de 22% na de
CO entre 2000 e 2006.
Mesmo assim, as previsões
do Pnuma para a Olimpíada
não são as mais otimistas.
"A qualidade do ar tem melhorado de acordo com alguns
dos poluentes monitorados.
Entretanto, isso pode levar
anos para determinar mudanças significativas", diz o estudo.
As concentrações de ozônio
(O3) e as partículas de poeira
são as que mais preocupam as
autoridades chinesas.
Mesmo com uma grande diferença de concentração entre
os meses de verão e inverno, a
média anual de poeira não caiu
nos últimos sete anos. A média
de agosto, que está entre as
mais baixas do ano, supera em
mais de 100% o nível considerado seguro pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Partículas de pó prejudicam
a visibilidade, provocam congestão nasal, irritam a traquéia
e pequenas vias aéreas.
Não é à toa que a Prefeitura
de Pequim lançou na quarta
um programa de combate ao
pó. A partir da próxima quinta
todas as obras locais serão suspensas em dias de vento forte.
O estudo indica também que
a presença de ozônio tende a
aumentar durante o verão que,
no hemisfério Norte, ocorre
entre junho e agosto. Isso se
deve ao fato de que este componente resulta de uma reação
que depende de radiação solar.
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