São Paulo, domingo, 16 de março de 2008

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Data escolhida para Olimpíada ajuda Pequim a respirar melhor

Estudo aponta que cidade apresenta menores índices de poluição em agosto

MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O dia 8/8/2008, que marca a abertura dos Jogos de Pequim, não é apenas uma data que simboliza a obsessão local pelo oito, considerado o número da sorte na tradição chinesa.
A escolha do mês serviu para evitar que atletas fossem sufocados pelos altos índices de poluição dos outros meses do ano.
Segundo estudo apresentado pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) no ano passado, é justamente em julho e agosto que a cidade registra queda drástica nas concentrações de NO2 (dióxido de nitrogênio), SO2 (dióxido de enxofre), CO (monóxido de carbono) e partículas de poeira suspensas no ar.
Como parâmetro, a concentração de pó em agosto é menos do que a metade da registrada em abril, mês em que é mais comum a ocorrência de tempestades de areia.
Além disso as autoridades chinesas comemoram a redução ano a ano da presença de poluentes. Segundo os números do Pnuma, houve queda de 7% na concentração de NO2, de 25% na de SO2 e de 22% na de CO entre 2000 e 2006.
Mesmo assim, as previsões do Pnuma para a Olimpíada não são as mais otimistas.
"A qualidade do ar tem melhorado de acordo com alguns dos poluentes monitorados. Entretanto, isso pode levar anos para determinar mudanças significativas", diz o estudo.
As concentrações de ozônio (O3) e as partículas de poeira são as que mais preocupam as autoridades chinesas.
Mesmo com uma grande diferença de concentração entre os meses de verão e inverno, a média anual de poeira não caiu nos últimos sete anos. A média de agosto, que está entre as mais baixas do ano, supera em mais de 100% o nível considerado seguro pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Partículas de pó prejudicam a visibilidade, provocam congestão nasal, irritam a traquéia e pequenas vias aéreas.
Não é à toa que a Prefeitura de Pequim lançou na quarta um programa de combate ao pó. A partir da próxima quinta todas as obras locais serão suspensas em dias de vento forte.
O estudo indica também que a presença de ozônio tende a aumentar durante o verão que, no hemisfério Norte, ocorre entre junho e agosto. Isso se deve ao fato de que este componente resulta de uma reação que depende de radiação solar.


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