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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
O cúmulo da polivalência
AOS 13MIN do primeiro
tempo, Hernanes dominou na meia direita, na altura do meio-de-campo, e lançou. Um daqueles
passes que, dizem, só Gérson
sabia fazer. Mas que Hernanes fez também contra o
América de Cáli, há dez dias.
Na Colômbia, resultou em gol.
Contra o Marília, Jorge Wagner chutou raspando a trave.
Mais 11 minutos, Hernanes
dominou pela meia esquerda
e arriscou o chute. Golaço!
Pergunte a Dunga qual a
posição de Hernanes e ele dirá "volante", lembrando da
Olimpíada de Pequim. Na
Ásia, Hernanes foi primeiro
volante e raras vezes jogou tão
mal na carreira. Pergunte a
Muricy Ramalho como Hernanes tem jogado, desde a reta de chegada do Brasileirão.
Ele responderá: "Meia".
Não, Hernanes não jogou
tão bem assim ontem, e nem o
Marília é adversário tão forte
para que o volante -digo,
meia- mereça uma coluna
inteira. A discussão é a convocação de Dunga para as partidas contra Equador e Peru.
Júlio Baptista fez os dois
gols do empate por 2 a 2 da
Roma com a Sampdoria, ontem, pelo Campeonato Italiano. Na quarta-feira, entrou
aos 28min do primeiro tempo, no lugar do machucado
Juan. Uma das mágoas de Júlio Baptista é ser chamado até
hoje de volante, mesmo que
tenha jogado como atacante e
meia de ligação, no Sevilla, no
Real Madrid, no Arsenal e na
Roma. Júlio Baptista é o cúmulo da polivalência. Joga em
todas: de atacante, de volante,
como meia ou no banco.
Em nenhuma dessas posições mostra futebol para ter
vaga cativa na seleção, tanto
que não é titular em todos os
jogos da Roma. Mas ele esteve
em três das quatro convocações após a Olimpíada. Hernanes, em nenhuma.
Se a questão é jogar igualmente em duas posições do
meio-de-campo, Hernanes
joga. Júlio Baptista pode até
ter cadeira cativa após os testes. Além de Hernanes, Ramires é outro que virou meia.
Se você, como Dunga, não
prestou atenção à maneira como Hernanes tem atuado,
olhe bem. O São Paulo, versão
2009, tem uma linha de cinco
meio-campistas. Zé Luís na
ala direita, Júnior César, na
esquerda, Jean na cabeça-de-área... e dois meias. Hernanes
e Jorge Wagner jogam lado a
lado. E Hernanes é quem mais
passes deu para gol no time.
SEM TRÊS ZAGUEIROS
Luxemburgo sempre disse
que prefere jogar com dois
zagueiros a ter três beques.
Mas demorou 14 rodadas para fazer o óbvio no Palmeiras. Com Diego Souza como
armador (e não atacante), é
melhor mesmo ter dois zagueiros. Como armador,
Diego Souza foi o melhor da
vitória sobre o Barueri.
A ESTREIA
Uma rara ação e Fred marcou dois gols. A jogada do
primeiro gol é a única qualidade do Fluminense, antes
ou depois de Parreira. A cada
três gols do Flu, um nasce de
jogada de bola parada. O que
sobra, depois de Parreira, é
posse de bola. O time toca de
um lado a outro. Até que chegue a hora de concluir.
É MEIA OU VOLANTE?
Há três, quatro anos, quando as partidas do Liverpool
começaram a ser transmitidas no Brasil, havia quem perguntasse se Gerrard era meia ou volante. Ele jogava nas
duas posições, de maneira igualmente competente. Contra
o Manchester, Gerrard foi meia, com Lucas e Mascherano
atrás de si. Mas joga também de volante, se for preciso.
Na prática, Gerrard responde quando é chamado de craque. E joga em qualquer das duas posições.
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