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FUTEBOL
Às vésperas do Brasileiro, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo não sabem o que fazer com atletas encostados
"Micos" travam projeto de grandes de SP
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Às vésperas do Brasileiro-04,
que começa na próxima quarta-feira, os principais clubes paulistas se preocupam mais em ficar livres de uma série de jogadores do
que em trazer reforços.
Na maioria dos casos, os desprezados foram contratados no
começo do ano, não emplacaram
e não têm para onde ir. A despesa
com o salário desses atletas reduz
mais a verba para negociar.
Trazer reforços sem ter se livrado desses "micos" significa aumentar indesejavelmente os custos das folhas de pagamento. Isso
acaba por provocar um atraso na
tentativa de novas aquisições.
Na lista estão os santistas Doni e
Robson e os corintianos Régis e
Adrianinho, além de outros jogadores que já estavam em seus times e não são mais aproveitados,
como os palmeirenses Adãozinho, Claudecir e Marquinhos.
Os casos mais graves são os de
Doni e Robson, contratados a pedido de Emerson Leão e barrados
do time pela diretoria. O episódio
quase custou a demissão do treinador, que reclamou da decisão.
Eles treinam enquanto o Santos
tenta negociá-los. "Existia uma
indisposição da torcida em relação ao Doni, por isso o tiramos
para preservar sua imagem e integridade física", disse o diretor de
futebol santista, Francisco Lopes.
Entre os grandes paulistas, o
Corinthians é o que mais acumula
atletas indesejados em seu elenco.
Julinho, Adrianinho, Régis, Juliano e Samir treinam há quase um
mês mesmo fora dos planos do
técnico Oswaldo de Oliveira. De
todos eles, apenas Adrianinho,
uma única vez, balançou as redes.
Julinho chegou a ser desligado
do grupo, mas passou a treinar
com os outros excluídos depois
por não ter conseguido negociar a
sua transferência. Os dirigentes
estão dispostos a liberar esses jogadores para outros clubes de
graça, para se livrar dos salários.
Com os cinco afastados, o Corinthians, que não tem dinheiro
para contratar, gasta mensalmente cerca de R$ 65 mil mensais.
"Se forem dispensar alguém
mesmo, acho que não vão falar
antes, senão o jogador deixa de
treinar", disse Adrianinho, que
nem atuou no jogo-treino dos reservas contra o Joseense, ontem.
Julinho e Régis foram os únicos
dos afastados, que treinam com
bola separadamente, a participar
de parte do teste.
No Morumbi e no Parque Antarctica, a lista de indesejáveis é
formada por atletas que já estavam no clube antes desta temporada. No São Paulo, a diretoria
quer se livrar de Fábio Simplício,
que ganha R$ 35 mil e pede R$ 80
mensais para renovar.
"Infelizmente, ele paga pelo estigma de atletas formados em casa, que não são valorizados", disse
Marco Aurélio Cunha, superintendente de futebol são-paulino.
Caso mais complicado é o de
Dill, que será devolvido pelo Botafogo-RJ. Os são-paulinos não
querem ficar com o atacante, que
ganha cerca de R$ 100 mil e teve
passagem pífia pelo clube ao marcar apenas um gol em 2001.
No Palmeiras, o lateral Marquinhos e o volante Adãozinho estão
na lista dos dispensáveis.
O primeiro, contratado no início de 2003 para ser a solução na
ala esquerda, não se firmou. Já
Adãozinho, que pediu alguns dias
para poder "resolver a vida", teve
sua situação complicada após o
episódio das "baladas" na semana
que antecedeu o segundo jogo das
semifinais do Paulista. Apesar de
ter sido visto numa casa noturna,
o meia negou que esteve nela.
Porém a situação mais peculiar
é a de Claudecir. O volante, que tinha contrato de empréstimo com
o Kashima (Japão) até 2005, cumpriu apenas metade do acordo e
agora voltou a treinar no clube.
"O Jair [Picerni] já disse que
gostaria de contar comigo, mas o
que está dificultando é que a diretoria não me esperava para este
ano", disse o volante, que só voltou a receber salários neste mês.
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