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Passarella se diz estarrecido
DA REPORTAGEM LOCAL
O técnico do Corinthians, Daniel Passarella, criticou o tratamento dado ao zagueiro Desábato, do Quilmes, que foi indiciado
por crime de injúria qualificada
contra o são-paulino Grafite.
O treinador argentino disse ter
ficado"chocado" com as algemas
colocadas no atleta. "É uma situação que me deixou perplexo, pois
ele está sendo tratado como um
delinqüente. Enquanto isso, muitos traficantes continuam fazendo o que bem entendem, sem ninguém ver", disse Passarella.
"Acho que deram uma dimensão ao caso muito maior do que
merecia", afirmou o treinador.
Ele disse não acreditar que a seleção brasileira possa sofrer retaliações na Argentina no jogo do
dia 8 de junho pelas eliminatórias
da Copa do Mundo de 2006.
"As pessoas na Argentina estão
melhorando muito em relação à
violência no futebol. Eu tenho
certeza de que será uma festa. Será
o jogo do ano", declarou Passarella, que voltou a dizer ontem que
seu país não é racista.
"Há mais problemas de racismo
e violência na Europa do que na
América do Sul, basta ver o que
aconteceu entre Inter e Milan",
declarou o técnico corintiano, referindo-se ao sinalizador atirado
pela torcida da Inter no goleiro
Dida, do Milan, que é negro.
Ele até brincou com a rivalidade. "No futevôlei que joguei com
o Fábio Costa deixei ele ganhar
para restabelecermos a paz entre
os brasileiros e argentinos"
Para o goleiro, é "cultura dos argentinos chamar os brasileiros de
macaquitos". Já o atacante argentino Tevez não quis comentar a situação de Desábato.
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