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"Corinthians é normal", diz Carpegiani
Técnico gaúcho acerta com clube por um ano e se apresenta hoje no Parque São Jorge, mas não estréia na quarta-feira
Treinador, que estava fora
da função havia três anos,
fala que novo trabalho não é
desafio, vira opção "barata"
e descarta multa rescisória
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
Paulo César Carpegiani está
fora do banco de reservas faz
três anos. Mas reassume a função de treinador com uma parada indigesta pela frente. Ele
definiu anteontem sua ida para
o Corinthians. O acerto estipula que fique um ano no clube.
Só foi contratado porque
Abel Braga, a primeira opção,
rechaçou a oferta. No Parque
São Jorge, o gaúcho de 58 anos
vai ganhar menos que um terço
de Leão, seu antecessor. Assume com salário de cerca de R$
140 mil, segundo cartolas do
clube, e traz também Cláudio
Duarte, seu auxiliar técnico.
A missão de Carpegiani é tirar o time da crise e dirigir uma
equipe cheia de garotos. O técnico, campeão mundial, da Libertadores e do Brasileiro com
o Flamengo, disse à Folha que
dirigir o Corinthians não é desafio, mas uma coisa "normal".
FOLHA - O que o fez aceitar voltar a
trabalhar como técnico após três
anos parado?
PAULO CÉSAR CARPEGIANI - Nenhuma proposta me chamou tanto
a atenção como a do Corinthians. Em meados de março,
estava apalavrado para dirigir a
seleção do Paraguai. Mas mudou o presidente da federação,
e contrataram outro. Queria
trabalhar na Copa América,
mas isso não aconteceu. Então,
fiquei no meu clube [o RS].
FOLHA - Mas o fato de assumir a
equipe em crise, com tanta pressão,
não o levou a pensar um pouco?
CARPEGIANI - O Corinthians é
exclusivamente futebol. Se ele
alcançar resultado, vai dar uma
apaziguada. Não sei se conseguirei isso, mas vou procurar
aplicar minha experiência para
fazer o melhor. Não considero
desafio dirigir o Corinthians,
mas uma coisa normal.
FOLHA - Você tem acompanhado o
time do Corinthians?
CARPEGIANI - Eu sei que é um time recheado de garotos. Eu
gosto de trabalhar com a garotada. Sou formador de meninos
no meu clube.
FOLHA - Mas acha que num momento vivido pelo Corinthians é
possível trabalhar só com jovens?
CARPEGIANI - Tenho que conhecer o grupo primeiro. O futebol
é 90% derrota. Só há um vencedor. Dizem que lançar garotos
numa fase difícil é perigoso.
Mas qual é a hora de lançar?
Quando o time está bem, não
tem espaço.
FOLHA - Ir para a Copa América ainda é um desejo seu?
CARPEGIANI - Para mim, vale
muito mais o que está escrito.
Uma das minhas condições para assumir foi não ter multa
rescisória no meu contrato.
Não quero trabalhar onde não
me queiram.
FOLHA - Já assume o time na quarta-feira, contra o Náutico?
CARPEGIANI - Eu me apresento
amanhã [hoje]. Vou conversar
com o José Augusto, falar algumas coisas, mas, para me sentar
no banco, é preciso estar no
campo. E na terça é cedo. Se fizesse isso, poderia atrapalhar.
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