São Paulo, segunda-feira, 16 de abril de 2007

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"Corinthians é normal", diz Carpegiani

Técnico gaúcho acerta com clube por um ano e se apresenta hoje no Parque São Jorge, mas não estréia na quarta-feira

Treinador, que estava fora da função havia três anos, fala que novo trabalho não é desafio, vira opção "barata" e descarta multa rescisória

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

Paulo César Carpegiani está fora do banco de reservas faz três anos. Mas reassume a função de treinador com uma parada indigesta pela frente. Ele definiu anteontem sua ida para o Corinthians. O acerto estipula que fique um ano no clube.
Só foi contratado porque Abel Braga, a primeira opção, rechaçou a oferta. No Parque São Jorge, o gaúcho de 58 anos vai ganhar menos que um terço de Leão, seu antecessor. Assume com salário de cerca de R$ 140 mil, segundo cartolas do clube, e traz também Cláudio Duarte, seu auxiliar técnico.
A missão de Carpegiani é tirar o time da crise e dirigir uma equipe cheia de garotos. O técnico, campeão mundial, da Libertadores e do Brasileiro com o Flamengo, disse à Folha que dirigir o Corinthians não é desafio, mas uma coisa "normal".

 

FOLHA - O que o fez aceitar voltar a trabalhar como técnico após três anos parado?
PAULO CÉSAR CARPEGIANI
- Nenhuma proposta me chamou tanto a atenção como a do Corinthians. Em meados de março, estava apalavrado para dirigir a seleção do Paraguai. Mas mudou o presidente da federação, e contrataram outro. Queria trabalhar na Copa América, mas isso não aconteceu. Então, fiquei no meu clube [o RS].

FOLHA - Mas o fato de assumir a equipe em crise, com tanta pressão, não o levou a pensar um pouco?
CARPEGIANI
- O Corinthians é exclusivamente futebol. Se ele alcançar resultado, vai dar uma apaziguada. Não sei se conseguirei isso, mas vou procurar aplicar minha experiência para fazer o melhor. Não considero desafio dirigir o Corinthians, mas uma coisa normal.

FOLHA - Você tem acompanhado o time do Corinthians?
CARPEGIANI
- Eu sei que é um time recheado de garotos. Eu gosto de trabalhar com a garotada. Sou formador de meninos no meu clube.

FOLHA - Mas acha que num momento vivido pelo Corinthians é possível trabalhar só com jovens?
CARPEGIANI
- Tenho que conhecer o grupo primeiro. O futebol é 90% derrota. Só há um vencedor. Dizem que lançar garotos numa fase difícil é perigoso. Mas qual é a hora de lançar? Quando o time está bem, não tem espaço.

FOLHA - Ir para a Copa América ainda é um desejo seu?
CARPEGIANI
- Para mim, vale muito mais o que está escrito. Uma das minhas condições para assumir foi não ter multa rescisória no meu contrato. Não quero trabalhar onde não me queiram.

FOLHA - Já assume o time na quarta-feira, contra o Náutico?
CARPEGIANI
- Eu me apresento amanhã [hoje]. Vou conversar com o José Augusto, falar algumas coisas, mas, para me sentar no banco, é preciso estar no campo. E na terça é cedo. Se fizesse isso, poderia atrapalhar.


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