São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2008

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TÊNIS

Agora é assim

Confronto no interior de SP, jogos duros, incerteza contra rival fraco, sorte no sorteio: bem-vindo à crua realidade

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

SEMANAS antes do confronto da Copa Davis, poucas cidades brasileiras parecem dispostas a lutar para ser sede do evento. É uma situação bem diferente da de anos anteriores, em que algumas das mais importantes cidades do país, turísticas inclusive, entravam na disputa para receber os tenistas, os torcedores, os jogos, o clima.
Chega a hora do sorteio dos jogos e, a não ser pelos portais, quase não se vê notícias de quem abre o confronto, de como está a semana, a ansiedade e as táticas. De relevante, só que os organizadores do evento temem falta de público, motivado, entre outros, pelo preço alto do ingresso -os mais caros do mundo. Vem, então, a sexta, e as arquibancadas mostram os clarões da falta de público. Os jogos se arrastam por horas no saibro lento, debaixo de sol forte. O Brasil perde um jogo, apertado, e ganha o outro, mais apertado.
O primeiro dia termina indefinido, e será preciso suar até domingo.
Nasce o sábado, cresce o público, e o país joga por um ponto decisivo nas duplas. Apesar do nervosismo declarado de um dos nossos duplistas, a fragilidade técnica da dupla rival e a pressão dos torcedores mais exaltados ajudam na vitória.
Com o domingo, desembarca a sensação de decisão. O melhor tenista do país será o primeiro a entrar em quadra, de novo no calor, saibro conhecido, torcida a favor, favoritismo quase declarado a seu lado. Mas quem garante que uma vitória virá sem surpresas? Ela vem, muito suada, em um jogo disputadíssimo, tie-breaks, superação física e cãibras.
Assim, quase dramático, é que a equipe brasileira conseguiu superar seu adversário, os rivais colombianos, e garantiu uma vaga na repescagem do Grupo Mundial. À segunda-feira festiva, soma-se a notícia de que o Brasil fugiu da Croácia, da sensação Djokovic, na repescagem.
Agora, no sorteio que define os confrontos, o negócio é cruzar os dedos. Sem Gustavo Kuerten, que já nos levou a uma semifinal no Grupo Mundial e que nesta semana disputa sua última competição no país, é esta nossa mais nova pura realidade. Agora sentimos na pele.

PELO MUNDO
Roddick e Blake (EUA), Nadal e Ferrer (ESP), Davydenko e Safin (RUS), Nalbandián e Cañas ou Monaco (ARG). Sem dois bons atletas, dificilmente um país fica na Davis.

EM CAMPINAS
Carlos Severino, Thaís Xavier (18 anos), Thiago Pinheiro, Rafaella Miiller (16), Hugo Dojas, Mariana Buffara (14), Osni Júnior e Carolina Alves (12) foram os campeões da segunda etapa da Credicard Citi MasterCard Juniors Cup.

EM SÃO PAULO
A federação paulista promove o 1º Congresso Internacional a partir de sábado no Clube Paineiras.


reandaku@uol.com.br

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