São Paulo, sexta-feira, 16 de abril de 2010

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sem ponto cego

Morumbi "zera erro" e aciona governos

Comitê e São Paulo dizem ter solucionado todos os problemas técnicos que separam candidatura de abertura da Copa-14

Orlando Silva Jr., ministro do Esporte, sai em defesa de estádio, alvo de críticas, e diz que sustentará perante a Fifa o apoio federal à cidade

EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC

MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em meio à saraivada de ataques vindos da CBF, que falam até na exclusão do Morumbi da Copa-2014, o comitê paulista do Mundial e o São Paulo tentam emplacar o estádio, que pleiteia a abertura do torneio, aliando a força política da cidade, o apoio das três esferas do governo e um projeto tecnicamente à prova de críticas.
Ontem, os paulistas enviaram à Fifa a última versão do plano de reforma e adaptação do Morumbi, a que a Folha teve acesso. A nova configuração vem acompanhada da promessa do escritório de arquitetura alemão GMP, responsável pelo projeto, de que o estádio conseguiu eliminar seu principal problema: os pontos cegos. Além disso, cumprirá as outras exigências da entidade.
Mas, por outro lado, houve uma elevação no orçamento. São-paulinos falam que o custo da reforma, ainda não calculado, poderá ficar entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões.
"Depois de hoje [ontem], nós acreditamos que os argumentos [para criticar o Morumbi] não podem ser mais técnicos", afirmou Ralf Amann, diretor da GMP no Brasil.
Acompanhado disso, o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, e o comitê paulista acionaram o presidente Lula, o ex-governador de São Paulo José Serra e também o prefeito da cidade, Gilberto Kassab, para proporcionar estofo político à candidatura do Morumbi.
Ontem, após encontro com o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., saiu em defesa do estádio são-paulino. O governo federal se tornou aliado do São Paulo nas horas mais difíceis. A ponto de o próprio presidente Lula visitar e encampar a campanha pelo Morumbi, no ano passado, depois de a arena ter sido colocada em xeque por Valcke.
"São Paulo quer é fazer a abertura. Para cumprir seus objetivos, tem de atender os critérios da Fifa. Não tem que debater, polemizar pela imprensa, defender tese", disse Silva Jr., acrescentando ter recebido garantias do governo estadual e da prefeitura de que não há plano B para o estádio.
"A cidade de São Paulo é destino da maioria dos voos internacionais que chegam ao Brasil. Tem a maior a rede hoteleira, a melhor infraestrutura do país e serviços capazes de atender a demanda dos chefes de Estado que estarão no Brasil para a abertura da Copa do Mundo. Essa posição nossa será sustentada [com a Fifa]."
Em meio à disputa eleitoral no C13, em que viu seu candidato, Kléber Leite, ser derrotado, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, criticou o estádio e, nos bastidores, faz campanha para excluí-lo do Mundial.


Colaborou a Sucursal de Brasília

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