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Dentinho "aprende a apanhar" e se destaca
Atacante é o artilheiro do Corinthians em 2010
MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A MONTEVIDÉU
Dentinho virou o jogador
mais decisivo do Corinthians
em 2010. Papel que, até o ano
passado, cabia a Ronaldo.
O Fenômeno teve mais uma
atuação apagada na noite de
anteontem, quando o time bateu o Racing uruguaio por 2 a 0
e se classificou para a próxima
fase da Libertadores. Acabou
substituído por Jorge Henrique a 20 minutos do fim e saiu
de cara amarrada -foi direto
para os vestiários, sem passar
pelo banco de reservas.
"Jogador que sai [do time]
não tem que sair satisfeito mesmo", disse o técnico Mano Menezes, que creditou o mau desempenho do Fenômeno à forma como o time atuou.
"O jogo fora de casa, sem volume, é ruim para o atacante
principal. A gente também voltava muito para marcar, e ele ficava isolado", ponderou, o técnico, que festejou o fato de o
Corinthians não ter dependido
de seu camisa 9. "É bom que
outros assumam essa condição,
essa responsabilidade."
Hoje, quem assume o papel é
Dentinho, 21. Contra o Racing,
anotou seu oitavo gol em 18 jogos oficiais, o que faz dele o artilheiro do Corinthians no ano.
No começo do ano, Dentinho
era só uma opção para o ataque
corintiano. Estava atrás de Ronaldo, Iarley, Jorge Henrique,
Souza. Nunca se ouviu ele reclamar da condição de reserva
do reserva. No dia 28 de fevereiro, finalmente foi escalado
como titular, diante do Santos,
pelo Estadual. Fez o gol do Corinthians, que perdeu por 2 a 1,
e emplacou uma sequência de
mais quatro gols nos quatro jogos seguintes -nem sempre
tendo iniciado essas partidas.
O ponto alto foi contra o Independiente Medellín, em Bogotá, quando entrou no segundo tempo e fez um golaço de fora da área que garantiu o 1 a 1.
Para Mano, tão importante
quanto a série de gols é o amadurecimento que Dentinho
tem demonstrado, sobretudo
na Libertadores. "Ele aprendeu
a apanhar", comentou em
Montevidéu. "Desde a Série B
[em 2008], quando jogamos
com o Juventude, em Caxias,
eu falava para ele aprender a
apanhar, ficar calmo e continuar sendo duro com o marcador", contou o treinador.
Contra o Racing, Dentinho
fez tudo isso. Apanhou, deixou
o campo com dois cortes na
barriga, mas "cavou" um cartão
amarelo para o lateral Tejera,
que passou a marcá-lo de longe.
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