São Paulo, sábado, 16 de abril de 2011

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Messi mouse

Melhor do mundo, cujo carisma é comparado ao de Mickey , triplica cachê e reajusta valor de contratos da Argentina

LUCAS FERRAZ
DE BUENOS AIRES

Lionel Messi, 23, virou um valioso negócio para a Argentina. Desde que estreou na seleção principal, há cinco anos, o craque do Barcelona foi responsável por mais que triplicar o cachê do time.
Hoje, por causa do jogador, eleito o melhor do mundo nas últimas duas temporadas, a Argentina cobra por amistoso valor quase semelhante ao do Brasil. E ainda supera a Espanha, atual campeã da Copa do Mundo.
"É um fenômeno que chamo de "Messi Mouse" [em alusão ao Mickey]. Todos querem vê-lo: os filhos, os pais, as mulheres. E Leo, acima de tudo, tem magia", diz Guillermo Toffoni, dono da World Eleven, contratada pela AFA (Associação de Futebol Argentino) e que detém a exclusividade na venda das partidas internacionais.
Em 2006, ano da estreia de Messi na seleção (e quando a World Eleven assumiu a negociação), o cachê era de US$ 300 mil (cerca de R$ 480 mil).
À medida que o jogador do Barcelona ganhou destaque e projeção internacional, a procura e o valor de uma apresentação da Argentina também aumentaram.
Atualmente, o cachê médio é de US$ 1 milhão (ou R$ 1,6 milhão) -a Espanha cobra algo próximo, enquanto um jogo do Brasil sai em média por US$ 1,3 milhão.
"Hoje, estamos no mesmo patamar do Brasil. E nosso valor até aumentou depois que o Maradona deixou de ser técnico", afirma Toffoni, sem saber explicar o porquê.
Há muitas variáveis para se fixar o preço de uma partida: o adversário, o local, o valor dos ingressos e o público estimado. Num amistoso perdido para o Japão, no ano passado, o cachê da Argentina chegou a US$ 1,7 milhão, recorde na história do país.
Para ter Messi em campo, vale incluir no contrato uma cláusula prevendo que, se ele não jogar, o cachê será reduzido para uma quantia entre US$ 200 mil e US$ 300 mil.
"Não podemos prometer nada. Veja o que aconteceu no último jogo", diz Toffoni.
No mês passado, contra a Costa Rica, Messi foi barrado por suspeita de lesão. Os costa-riquenhos ficaram indignados com a ausência do craque, que foi até acusado de "frívolo" -todos os ingressos haviam sido vendidos, alguns por quase R$ 1.000.
E o "Messi Mouse" aumentou a rentabilidade não só dos amistosos. Julio Grondona, que comanda a AFA desde 1979, reajustou boa parte dos contratos de publicidade da seleção aproveitando a "Messilândia" -um outro termo cunhado por Toffoni.
Segundo Veronica González, da Santa Mónica Argentina, empresa que faz o marketing esportivo da AFA, foram revistos os contratos com Adidas e Volkswagen. Os valores não são divulgados.
Toffoni mostrou à Folha a programação de amistosos, que ele prefere chamar de "partidas preparatórias".
Estão previstos, neste ano, encontros contra Nicarágua, Nigéria, um jogo na Europa (ainda sem adversário), Romênia e duas partidas na Índia (por ora, a única seleção definida é a Nova Zelândia).
"E olha que Leo ainda nem chegou no seu auge", afirma Toffoni, com um sorriso.


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