São Paulo, sábado, 16 de abril de 2011

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Incentivo completa verba do Itaquerão

COPA-2014
Corinthians receberá R$ 240 milhões para ser adicionado ao empréstimo proveniente do BNDES

RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

A construção do estádio do Corinthians, indicado para sediar a partida de abertura da Copa do Mundo de 2014, será viabilizada só com dinheiro público, por meio de empréstimo e de incentivo fiscal. É o que demonstrou ontem a diretoria corintiana.
Sem orçamento definitivo, o custo do estádio está estimado pelo clube em R$ 650 milhões. O diretor de marketing da equipe do Parque São Jorge, Luis Paulo Rosenberg, mostrou que foi resolvido o problema de dinheiro para pagar a elevação da capacidade para os 65 mil lugares que são exigidos pela Fifa.
Para atingir o valor, o clube utilizará um empréstimo de R$ 400 milhões do BNDES (Bando Nacional de Desenvolvimento Social). Com ajuda de intermediários, será o Corinthians que pagará esse dinheiro ao banco estatal.
Ao investir esses recursos, o clube terá direito a CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) da prefeitura, de 60%, para a região de Itaquera. Esses títulos podem ser negociados. Ou seja, isso representaria R$ 240 milhões, o que praticamente cobre o custo da arena. Há ainda descontos de impostos.
"O dinheiro é do Corinthians. São R$ 400 milhões pelo empréstimo. Pela lei, que já existe, isso nos dá direito a 60% do valor investido em certificados de bônus", afirmou Rosenberg.
Ainda falta, entretanto, acertar a operação com o BNDES. A Caixa Econômica pode ser envolvida por meio de um fundo imobiliário.
O dinheiro irá para a Odebrecht, que construirá o estádio. Depois, o clube paga a construtora em prestações.
"Em um estádio em que teremos R$ 100 milhões de renda, não precisamos de sócio", declarou Rosenberg, que estima prestações da dívida de R$ 35 milhões/ano.
Segundo o dirigente, o custo do estádio foi estimado após serem atendidas as principais imposições da Fifa, que encareceram o projeto em pontos como áreas de imprensa e de autoridades.
Segundo ele, o projeto está pronto para passar da concepção à construção. Previu o início das obras para a primeira quinzena de maio, um novo adiamento -já foram marcadas para março e abril.
Mas ainda faltam resolver questões. Não foi definido se a elevação da capacidade para 65 mil lugares, exigida para abertura da Copa-2014, será com uma estrutura provisória ou uma permanente.
A tendência é que a capacidade da arena caia para 45 mil lugares após o Mundial.
Também não foram resolvidos a retirada dos dutos da Petrobras no terreno e o processo do Ministério Público, que exige a devolução do terreno de Itaquera. "Quem está na torcida pela Copa das Confederações [uso do estádio na competição, em 2013] esquece", disse o dirigente.
Ao elogiar a arquitetura do estádio de Itaquera, Rosenberg fez ironias a estádios que parecem panetones ou bolos. As referências, endereçadas ao estádio do Morumbi, foram claras.
"O São Paulo não merece uma torcida de final. É difícil fazer marketing assim. Na final, transborda gente no panetone [Morumbi]", afirmou, sobre planos de marketing.


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