São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 2002

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Corinthians embarga obra de Luiz Estevão

Sergio Lima/Folha Imagem
Ricardinho e Anderson, do Corinthians, seguram o trófeu da Copa do Brasil, após empate no Serejão



Três dias depois de levantar o título do Rio-São Paulo, Parreira conquista Copa do Brasil e vaga na Libertadores

Criado há menos de dois anos por senador cassado, Brasiliense cede empate e perde a chance de se consagrar



MARÍLIA RUIZ
ENVIADA ESPECIAL A TAGUATINGA (DF)

O Corinthians conquistou ontem o seu segundo título consecutivo em um intervalo de apenas três dias e antecipou o seu retorno à Taça Libertadores da América.
A equipe do técnico Carlos Alberto Parreira empatou em 1 a 1 com o Brasiliense, em Taguatinga (DF), e se sagrou campeã da Copa do Brasil. No último domingo, o time havia vencido o Torneio Rio-SP diante do São Paulo.
Foi o segundo título da Copa do Brasil conquistado pelo Corinthians. O primeiro foi em 1995.
Para Parreira, foi também o segundo título de sua carreira dirigindo um time paulista.
A atuação polêmica do juiz Carlos Eugênio Simon na primeira partida, vencida por 2 a 1 pelo Corinthians, foi determinante para a definição do campeão do torneio nacional. O árbitro foi chamado de ""ladrão e pilantra" pelo senador cassado Luiz Estevão, patrono do Brasiliense, que contestou dois lances naquela partida.
Simon, único árbitro do Brasil na Copa-2002, foi suspenso pela CBF de competições nacionais até o Brasileiro por causa disso.
O time do Distrito Federal, criado há menos de dois anos, perdeu ontem, além do título, a chance de se consagrar e de colocar seu Estado definitivamente no mapa da elite do futebol brasileiro.
A equipe emergiu da terceira divisão para a disputa da taça inédita, transformando-se numa espécie de fenômeno do futebol neste semestre. A equipe, que utiliza uniforme amarelo, é patrocinada pelo próprio Luiz Estevão.
Como o Corinthians tinha vencido a primeira partida, no último dia 8, o empate favorecia o clube paulista. O time da casa seria campeão se tivesse conseguido segurar o placar de 1 a 0, mantido até os 20min do segundo tempo.
O gol do Brasiliense foi marcado pelo atacante Wellington Dias, ex-torcedor do Corinthians, aos 42min da etapa inicial, em uma cobrança perfeita de falta.
A equipe do DF, que havia planejado uma marcação especial no meia corintiano Ricardinho para minar as principais armações de jogadas do adversário, sucumbiu em um contra-ataque em velocidade puxado por Leandro. Deivid entrou pelo meio e fez de cabeça.
Mais uma vez, como virou rotina para o time paulista, a definição se deu no segundo tempo.
A capital federal pretendia, com o título, dar um passo decisivo para entrar para as grandes forças do futebol no país. Desde a sua fundação, em 1960, o DF só entrava para o noticiário esportivo pela fraqueza de seus times.
Além de ter visto o Gama chegar à decisão da Copa Centro-Oeste (foi vice-campeão), o DF terá pela primeira vez em sua história dois de "seus filhos" jogando uma Copa pela seleção -Kaká e Lúcio.
Além disso, a delegação de Luiz Felipe Scolari será chefiada na Coréia pelo presidente da Federação do DF, Weber Magalhães.
O Corinthians ainda tem a chance de disputar outro título neste semestre, o do Supercampenato Paulista. O torneio começa no domingo. Parreira, que acompanhará a Copa na Ásia a convite da Fifa, passará o comando temporário ao seu auxiliar, Jairo Leal.



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