DOS ENVIADOS A BARCELONA

Embora ambas as partes façam questão de manter uma relação de cordialidade e cooperação, ficou provado ontem que os médicos da seleção brasileira e do Barcelona não falam a mesma língua quando o assunto é Rivaldo.
Ricard Pruna, médico do clube catalão, esteve no treino da tarde do Brasil para entregar ao colega José Luiz Runco um relatório sobre a situação do meia-atacante e afirmar que, para o Barcelona, Rivaldo não teve alta e precisa de um mês para voltar a atuar sem correr riscos de agravar sua lesão.
Se isso fosse cumprido pela seleção, o jogador estaria fora da primeira fase da Copa.
"O Barcelona não pôde contar com o Rivaldo nas três últimas semanas. Como o jogador não teve alta médica, não quer dizer que, porque está no Brasil, vai tê-la", disse Pruna.
"Espero que os médicos da seleção sigam a linha que nós iniciamos e creio que o risco irá diminuindo pouco a pouco."
Na avaliação de Runco, Rivaldo não corre risco de ficar fora da Copa. O médico da seleção disse que o meia-atacante jogará o amistoso contra a Malásia, no dia 25, e que definirá hoje sua participação no jogo de sábado, contra a Catalunha.
Rivaldo treinou à parte dos outros atletas ontem e fez principalmente exercícios físicos, intercalados com um trabalho com bola. Ele se declarou melhor e livre das dores. "Estou com vontade de participar e quase à disposição do técnico."
Com receio de melindrar os catalães, Rivaldo se negou ontem a repetir os comentários que fizera no início do ano sobre o amistoso do Brasil contra a seleção da Catalunha.
Quando a CBF e a Federação Catalã negociavam a realização do jogo, Rivaldo afirmou que não gostava de idéia de enfrentar um time que não representasse a força máxima de outro país, pois, caso o Brasil não jogasse bem, as críticas seriam mais fortes e poderiam atrapalhar a seleção.
A Catalunha é uma região autônoma da Espanha, com forte nacionalismo e língua própria.
Por isso, as declarações de Rivaldo acabaram sendo vistas pelos catalães como um insulto. (FV, JAB e SR)



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