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RÉGIS ANDAKU
Sozinho contra o resto
Saltos na carreira mostram que não convém subestimar Federer nas horas difíceis, sem técnico e aparentemente só
PETER CARTER deixou Roger
Federer no meio do caminho.
O australiano era o treinador
do tenista suíço quando morreu em
um acidente de carro, em agosto de
2002. A fase ali não era das melhores
(derrotas na estréia em Wimbledon,
no Masters Series de Toronto, no
Masters Series de Cincinnati, só oitavas-de-final no Aberto dos EUA).
Mas o "choque" acabou levando
Federer a repensar o que fazia naquele período longo de dificuldades.
Sozinho, ele mesmo contou depois,
conseguiu dar mais rumo à sua carreira, e o título do Torneio de Viena,
em outubro daquele ano, foi dedicado a Carter. Com ele, Federer ganhou mais caráter, perseverança,
atitude e esportividade. Melhorou.
No ano seguinte, outro treinador
seguiu Federer. O cabeludo Peter
Lundgren já era um dos mais badalados treinadores quando trabalhou
com o suíço. Não demorou, e Federer levantou seu primeiro troféu de
Grand Slam, em Wimbledon-2003.
A relação com Lundgren também
não durou muito. Seis meses após o
primeiro Grand Slam, veio a separação. Mas também com Lundgren
Federer exibiu melhoras. Ganhou
mais consistência, mais força mental, variedade de golpes e facilidade
de adaptação aos pisos do circuito.
Já habituado a viver sozinho pelo
mundo, Federer surpreendeu a todos quando, em 2005, fechou com
Tony Roche acordo para que este o
acompanhasse por alguns torneios.
Como os outros técnicos, Roche, experiente, campeão, ajudou o jogo de
Federer. O suíço ganhou confiança
nas subidas à rede (e ele já tinha
muita) e conheceu a lógica de um canhoto, apesar de, nesse período, ter
ficado freguês de Rafael Nadal.
Agora, nova surpresa. Ao anunciar
o fim da relação com Roche, Federer
volta a ficar sozinho. Certamente
aprendeu ainda mais a se virar. Novamente passará por um período de
afirmação. Justamente no momento em que se tanto se fala do fracasso
de Federer no saibro -aliás, é possível falar em fracasso por não ganhar
um título em quatro torneios?
Mas convém não subestimar Federer ou achar que, em sua solidão,
ele fica menor. O suíço já mostrou
que o que aprende com os mentores
não fica para trás. Pelo contrário: é
nos momentos seguintes às separações que ele cresce, dá um salto. Pode ser agora, em condição aparentemente desfavorável, no saibro, vindo de uma série de derrotas e contra
o superfavorito Nadal. Não duvido.
Goiás
Rola até domingo, em Rio Quente, a nona edição do Tennis Classic
Rio Quente Resort, campeonato da
série future que reúne alguns dos
melhores juvenis brasileiros.
Bélgica
Esta coluna falhou na semana
passada ao dizer que o país de Kim
Clijsters não tem tradição em nenhuma modalidade esportiva. Leitores atentos lembram do ciclista
Eddy Merckx e do piloto Jack Ickx.
reandaku@uol.com.br
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