São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2008

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Bellucci ganha 18 seguidas e é novo número 1 do país

Tenista busca, em Bordeaux, seu 4º título consecutivo, antecipa metas e passa a sonhar em disputar a Olimpíada

Seqüência rende a paulista de 20 anos ascensão de cerca de 70 colocações no ranking mundial e lugar à frente de Marcos Daniel na listagem

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o confronto da Copa Davis já decidido, poucos viram a vitória de Thomaz Bellucci no quinto jogo diante da Colômbia, em março, em Sorocaba.
Começava ali uma impressionante série de triunfos que o fez subir cerca de 70 posições no ranking mundial e assumir o posto de número um do Brasil.
O tenista de Tietê (SP) engatou uma seqüência de vitórias e títulos nos challengers de Florianópolis, Túnis e Rabat.
Nesta semana, venceu as duas primeiras rodadas do Challenger de Bordeaux e, hoje, enfrenta o russo Igor Kunitsyn.
São 18 triunfos consecutivos de Bellucci, 20, que deixou a 144ª posição no ranking mundial e já garantiu um lugar na frente do gaúcho Marcos Daniel, 74º, na próxima semana.
"Minha expectativa era jogar bem", afirmou Bellucci, que começou a semana como 81º, por e-mail. "Não posso negar que foi uma surpresa agradável."
A meta da equipe do tenista era colocá-lo no top 100 apenas em 2009. "O meu treinador sempre comenta que, trabalhando bem, temos como antecipar metas", afirmou ele, referindo-se a Léo Azevedo. "E é o que está acontecendo."
Bellucci começou a trabalhar com Azevedo no final do ano passado, quando ocupava apenas a 235ª posição no ranking.
O novo número um do Brasil alcançou o posto jogando basicamente challengers, torneios menores do circuito. Na semana que vem, disputará o quali- fying de Roland Garros.
Para tentar manter a ascensão no ranking, o brasileiro terá que incluir torneios maiores, os ATP Tours, em seu calendário.
Ele planeja jogar mais um ou dois challengers, dependendo de seu desempenho em Roland Garros. "Depois, jogarei dois ATPs na grama", afirmou.
"A diferença é que no nível ATP exige-se muito mais mentalmente e fisicamente do que o nível challenger", afirmou ele, que jogou dois ATPs neste ano e caiu na estréia (Costa do Sauípe) e na segunda rodada (Buenos Aires). "Você tem que estar mais atento aos detalhes."
Com a arrancada, o sonho de disputar a Olimpíada de Pequim, algo improvável no começo do ano, também está perto. A lista de 56 participantes definidos pelo ranking será fechada após Roland Garros.
Como nenhum país pode ter mais do que quatro tenistas, a tendência é que o corte suba para próximo do número 70.
"Participar da Olimpíada seria incrível, mas ainda não estou garantido", disse ele, que ganhou do duplista Marcelo Melo o apelido de Sid, o bicho-preguiça de "A Era do Gelo".
"Eu não me acho parecido, mas ele acha..."


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