São Paulo, sexta-feira, 16 de junho de 2006

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Parreira dá ultimato a Ronaldo

Técnico repete que o atacante terá nova chance contra a Austrália, mas, se falhar, pode perder vaga

Caso seleção não tenha boa atuação no domingo, "plano B" deve ser acionado e até esquema tático corre o risco de ser alterado contra Japão


DOS ENVIADOS A KÖNIGSTEIN

O técnico Carlos Alberto Parreira disse ontem que não existe jogador intocável na seleção brasileira e admitiu tirar do time o atacante Ronaldo já em caso de um novo fracasso dele na partida contra a Austrália, no domingo, em Munique.
O atacante do Real Madrid foi o pior brasileiro na estréia da seleção no Mundial, quando o time venceu a Croácia, por 1 a 0, na terça, em Berlim. No dia seguinte, ele sentiu tonturas e foi levado a um hospital em Frankfurt. O médico José Luiz Runco informou que nada foi constatado nos exames realizados no jogador. Ronaldo treinou normalmente ontem à tarde em Königstein e está confirmado para jogar no domingo.
""Todos têm que estar bem [numa Copa]. Caso não estejam, o treinador tem que tomar as decisões, mas não vou tomá-las antecipadamente [antes do jogo]. Acho que todo bom jogador merece a confiança e uma oportunidade", disse Parreira, que colocou o atacante Robinho no lugar de Ronaldo no segundo tempo da estréia.
""Se o jogador não for bem, vou discutir o assunto e ver o que é melhor para a seleção brasileira", completou.
Caso o time não empolgue no domingo, Parreira não descartou nem mesmo mexer no esquema tático da equipe. ""O plano B será acionado quando existir a necessidade. As opções já foram estudadas. Quando for necessário, faremos as mudanças. O time que está jogando é este, que foi referendado em três anos de trabalho. Havendo necessidade [de uma mudança de jogador ou tática], ela será feita", disse o técnico.
Parreira reconheceu que a estréia de Ronaldo "não foi a melhor possível". "Ele estava realmente fora de sintonia", disse o treinador, que se referiu à parceria de Ronaldo e Adriano como "dupla de peso".
Embora já admita tirar o artilheiro da Copa de 2002, na Coréia e no Japão, com oito gols, do time titular, o treinador disse que pretende ser otimista para os próximos jogos.
"Tenho que acreditar que o Ronaldo irá jogar bem. Será mais uma oportunidade para ele se recuperar. Tenho que ver com otimismo. O fato ocorrendo concretamente [outra atuação fraca do atleta], tomaremos a decisão", declarou Parreira, que cometeu gafes na entrevista de ontem com nomes de países que disputam a Copa alemã.
Ele chamou a Austrália, próxima adversária da seleção brasileira, de Suécia, e a República Tcheca de Tchecoslováquia.
Para a partida de domingo, o técnico afirmou que o segredo para a vitória é evitar o contato físico com os australianos e "colocar a bola para girar".
"Não podemos sair para a briga. Eles são fisicamente fortes. Temos que evitar o contato físico e desgastar o adversário. A seleção terá que movimentar muito a bola e os jogadores. Temos que fazer a bola girar. Esta é a nossa grande arma para esse jogo", disse Parreira. (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)


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