São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 2008

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CBF leva ministro do TCU com seleção

Delegação do Brasil no Paraguai é chefiada por Marcos Vilaça, membro do tribunal que fiscalizará gastos da Copa-2014

Ex-dirigente do Náutico, que diz ser "preciosa" a iniciativa de vigiar o uso de dinheiro público no Mundial, é o mais crítico da despesa com o Pan

DO ENVIADO A ASSUNÇÃO

A CBF escolheu Marcos Vilaça, ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), para chefiar a delegação da seleção que jogou ontem em Assunção.
O órgão do qual faz parte Vilaça criará, por sugestão do ministro Aroldo Cedraz, um grupo de trabalho para fiscalizar os gastos públicos na Copa-2014.
"O governo vai acabar assumindo encargos, sejam financeiros ou de articulação dos atores envolvidos na Copa de 2014. Ou seja, nós seremos, de qualquer forma, demandados para fiscalizar", afirmou Cedraz, no final do ano passado, quando surgiu a idéia do grupo.
A iniciativa de Cedraz foi apoiada por Vilaça -chamou a intervenção de "preciosa"- em texto que ele escreveu numa "comunicação ao plenário" em novembro de 2007 e que está no site do TCU.
A organização da Copa-2014 estará nas mãos de Ricardo Teixeira, o presidente da CBF, responsável por indicar os chefes de delegação da seleção, cargos quase sempre figurativos.
Geralmente ele fica com presidentes de federações. Em alguns casos, de políticos, de diferentes partidos, com quem a CBF tem bom relacionamento.
Em outras viagens, a confederação já bancou despesas de desembargadores, juízes e políticos para acompanhar o time nacional ou eventos do futebol.
Teixeira diz que a Copa de 2014 não terá recursos do governo na sua organização propriamente dita. O dinheiro estatal seria para obra de infra-estrutura, sem a participação do comitê organizador, que será tocado por ele. Mas há diversos governos estaduais que prevêem recursos públicos para a construção de estádios.
A Folha não conseguiu localizar ontem Vilaça no estádio Defensores del Chaco.
No site da CBF, ele aparece numa foto ladeado por membros da comissão técnica do time nacional, que ficou hospedado no hotel Sheraton, um dos mais caros de Assunção.
Em seu site, a CBF lembra que o ministro da TCU já foi um cartola do futebol, quando dirigiu o Náutico nos anos 60.
"Participei da campanha do hexacampeonato pernambucano, um título que só o Náutico possui", afirmou Vilaça ao site da CBF, onde ainda lembrou que, quando tinha dez anos em Limoeiro, sua cidade natal, em Pernambuco, fundou o Monte Real Futebol Clube.
No TCU, Vilaça, que também é membro da Academia Brasileira de Letras, é um dos principais responsáveis pela investigação do estouro do orçamento para o Pan do Rio -sempre foi bastante crítico com isso.
O Tribunal de Contas da União também quer fiscalizar os gastos da candidatura do Rio para os Jogos Olímpicos de 2016. (PAULO COBOS)


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