São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 2008

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Sob pressão, Dunga opta por blindar time em MG

Seleção, após perder a segunda seguida, ficará confinada no CT do Atlético-MG

Em 2004, quando derrotou a Argentina por 3 a 1, equipe ficou em hotel badalado em Belo Horizonte que tirou a privacidade dos jogadores

SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

O Brasil vai se isolar após a derrota por 2 a 0 para os paraguaios. Vinda de Assunção, a seleção ficará confinada no centro de treinamento do Atlético-MG para evitar a badalação de Belo Horizonte às vésperas do duelo ante a Argentina, na quarta-feira, no Mineirão.
A Cidade do Galo, inaugurada em setembro de 2006 e que conta com hotel, fica numa região isolada em Vespasiano, cidade da região metropolitana distante 22 km da capital.
A opção por blindar os jogadores foi do técnico Dunga. Na última sexta-feira, ele já fizera um treino secreto -pediu que cinegrafistas e fotógrafos parassem de registrar o evento.
"Nós sempre procuramos tirar a seleção do foco. Uma coisa é a festa que se cria lá fora. Já nós queremos é trabalhar. Por isso, será melhor assim", disse o técnico da seleção à Folha.
A partir de hoje, a capital mineira terá a sua rotina alterada por causa do jogo. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), promete fazer do evento uma festa para chamar a atenção ao seu Estado.
Pelé e uma série de ex-jogadores serão homenageados pelo governador no gramado do Mineirão no dia da partida.
Além de Neves ser um dos presidenciáveis, o Estado tenta impressionar a CBF para ser uma sede importante na Copa de 2014. Os ingressos para o clássico sul-americano -cerca de 57 mil- se esgotaram em apenas dois dias de venda.
O último confronto entre a seleção e os argentinos no estádio foi marcado pela badalação fora do campo, que culminou com o início do namoro do atacante Ronaldo com a modelo mineira Daniella Cicarelli.
Em 2004, nos dias que antecederam o clássico, os atletas ficaram hospedados em um hotel movimentado em Belo Horizonte, que lotou e atrapalhou a privacidade do grupo. O governador foi um dos organizadores da festa. Ele chamou 134 pessoas de outros Estados para ver o jogo, além de personalidades mineiras, que receberam convites cedidos pelo político.
Autor dos gols da vitória da seleção, por 3 a 1, em 2004, Ronaldo foi um dos que dançaram até tarde numa festa dada por um empresário local após o clássico. Lá, ele engatou o namoro com Cicarelli.
"Queremos mesmo é evitar a badalação. Pensar no jogo é sempre mais importante. Lá, teremos tudo o que precisamos. Treino, privacidade, tranqüilidade e campo de futebol", afirmou o supervisor da seleção, Américo Faria.
Na chegada da seleção a Belo Horizonte, na noite de ontem, não foi preciso nenhuma blindagem, já que a delegação passou quase incólume, sendo vista só por cerca de cem pessoas que já estavam no aeroporto. Hoje, apenas os reservas vão treinar. Os titulares farão o mesmo amanhã, no Mineirão.


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