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Sob pressão, Dunga opta por blindar time em MG
Seleção, após perder a segunda seguida, ficará confinada no CT do Atlético-MG
Em 2004, quando derrotou a Argentina por 3 a 1, equipe ficou em hotel badalado em Belo Horizonte que tirou a privacidade dos jogadores
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
O Brasil vai se isolar após a
derrota por 2 a 0 para os paraguaios. Vinda de Assunção, a
seleção ficará confinada no
centro de treinamento do Atlético-MG para evitar a badalação de Belo Horizonte às vésperas do duelo ante a Argentina,
na quarta-feira, no Mineirão.
A Cidade do Galo, inaugurada em setembro de 2006 e que
conta com hotel, fica numa região isolada em Vespasiano, cidade da região metropolitana
distante 22 km da capital.
A opção por blindar os jogadores foi do técnico Dunga. Na
última sexta-feira, ele já fizera
um treino secreto -pediu que
cinegrafistas e fotógrafos parassem de registrar o evento.
"Nós sempre procuramos tirar a seleção do foco. Uma coisa
é a festa que se cria lá fora. Já
nós queremos é trabalhar. Por
isso, será melhor assim", disse
o técnico da seleção à Folha.
A partir de hoje, a capital mineira terá a sua rotina alterada
por causa do jogo. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), promete fazer do
evento uma festa para chamar
a atenção ao seu Estado.
Pelé e uma série de ex-jogadores serão homenageados pelo governador no gramado do
Mineirão no dia da partida.
Além de Neves ser um dos
presidenciáveis, o Estado tenta
impressionar a CBF para ser
uma sede importante na Copa
de 2014. Os ingressos para o
clássico sul-americano -cerca
de 57 mil- se esgotaram em
apenas dois dias de venda.
O último confronto entre a
seleção e os argentinos no estádio foi marcado pela badalação
fora do campo, que culminou
com o início do namoro do atacante Ronaldo com a modelo
mineira Daniella Cicarelli.
Em 2004, nos dias que antecederam o clássico, os atletas
ficaram hospedados em um hotel movimentado em Belo Horizonte, que lotou e atrapalhou
a privacidade do grupo. O governador foi um dos organizadores da festa. Ele chamou 134
pessoas de outros Estados para
ver o jogo, além de personalidades mineiras, que receberam
convites cedidos pelo político.
Autor dos gols da vitória da
seleção, por 3 a 1, em 2004, Ronaldo foi um dos que dançaram
até tarde numa festa dada por
um empresário local após o
clássico. Lá, ele engatou o namoro com Cicarelli.
"Queremos mesmo é evitar a
badalação. Pensar no jogo é
sempre mais importante. Lá,
teremos tudo o que precisamos. Treino, privacidade, tranqüilidade e campo de futebol",
afirmou o supervisor da seleção, Américo Faria.
Na chegada da seleção a Belo
Horizonte, na noite de ontem,
não foi preciso nenhuma blindagem, já que a delegação passou quase incólume, sendo vista só por cerca de cem pessoas
que já estavam no aeroporto.
Hoje, apenas os reservas vão
treinar. Os titulares farão o
mesmo amanhã, no Mineirão.
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