São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 2008

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JUCA KFOURI

O Paraguai somos nós

A seleção brasileira entrou em campo morrendo de medo dos adversários, como se fossem eles os campeões

COMETEMOS INJUSTIÇAS diárias contra os paraguaios.
Paraguai virou sinônimo de coisa falsificada, embora a eventual fragilidade dos guaranis tenha razões históricas que deveriam nos envergonhar, desde a covardia que foi a célebre Guerra do Paraguai, contra Argentina, Brasil e Uruguai.
Mas, ontem, pela segunda vez na história das eliminatórias, a exemplo do que já tinha acontecido sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, em 2000, o Paraguai ganhou, e bem, do Brasil.
Então, foi 2 a 1. Ontem, foi 2 a 0. E 2 a 0 inapeláveis, com mais duas bolas nas traves brasileiras. E tudo porque, ainda, Dunga teve medo. Medo de jogar o futebol brasileiro e disposição apenas para jogar o futebol que, antigamente, os paraguaios jogavam contra os brasileiros, que, é verdade, tinham mais jogadores talentosos do que têm hoje. Não fosse por isso, não deixaria
Anderson no banco para escalar Mineiro, Josué ou, e principalmente, Gilberto Silva.
Porque salta os olhos como, entra ano sai ano, os técnicos não aprendem que o medo não é bom conselheiro, além de ser tudo que o adversário quer. Adversário que, lembremos, entrou em campo para enfrentar a seleção pentacampeã com nada menos que três atacantes, heresia em certas cabeças ditas pensantes do atual futebol.
Não vá longe, pergunte a Nelsinho Baptista o que ele achou quando viu o Corinthians, que precisava de apenas um gol para complicar toda a vida dele, entrar em campo de maneira defensiva. Pergunte a ele por que, logo aos 25 minutos do primeiro tempo, tirou um homem do meio para botar mais um atacante?
Pois Dunga há de ter visto e entre uma coisa e outra, entre atacar e defender, embora tenha titubeado durante os treinos, preferiu a outra. Que venha a Argentina!
Mas que venha bem devagar...

Favoritos mesmo
São Paulo e Palmeiras aproveitaram a sexta rodada do Brasileirão para mostrar por que estão desde antes do começo do campeonato entre os favoritos ao título.
A missão palmeirense, é verdade, foi facilitada pela expulsão de um zagueiro do Cruzeiro ainda no primeiro tempo e no momento do empate paulista, na quinta-feira passada. Nem sempre, no entanto, um time sabe se aproveitar de tal vantagem, como vimos com a seleção brasileira diante da paraguaia. E o Palmeiras não só soube como enfiou uma goleada no penúltimo invicto, 5 a 2. Já o São Paulo brilhou no Maracanã, no sábado, ao acabar com o invicto que restava, 4 a 2 no Flamengo, 11 contra 11, embora o lançamento do goleiro Rogério Ceni para Éder Luís fazer o quarto gol autorize pensar que eram 12 contra 11.

Freud explica
O jornalista Bob Fernandes arrisca uma explicação para a frase de Lula -"Só Freud explica"- sobre Denise Abreu, que é filha do ex-árbitro e atual conselheiro do São Paulo Olten Aires de Abreu. Lula, corintiano, cansou de sofrer com as arbitragens dele quando frequëntava as arquibancadas.


blogdojuca@uol.com.br

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