|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUCA KFOURI
O Paraguai somos nós
A seleção brasileira entrou em campo morrendo de medo dos adversários, como se fossem eles os campeões
COMETEMOS INJUSTIÇAS diárias contra os paraguaios.
Paraguai virou sinônimo de
coisa falsificada, embora a eventual
fragilidade dos guaranis tenha razões históricas que deveriam nos
envergonhar, desde a covardia que
foi a célebre Guerra do Paraguai,
contra Argentina, Brasil e Uruguai.
Mas, ontem, pela segunda vez na
história das eliminatórias, a exemplo do que já tinha acontecido sob o
comando de Vanderlei Luxemburgo, em 2000, o Paraguai ganhou, e
bem, do Brasil.
Então, foi 2 a 1. Ontem, foi 2 a 0. E
2 a 0 inapeláveis, com mais duas bolas nas traves brasileiras. E tudo porque, ainda, Dunga teve medo.
Medo de jogar o futebol brasileiro
e disposição apenas para jogar o futebol que, antigamente, os paraguaios jogavam contra os brasileiros, que, é verdade, tinham mais jogadores talentosos do que têm hoje.
Não fosse por isso, não deixaria
Anderson no banco para escalar Mineiro, Josué ou, e principalmente,
Gilberto Silva.
Porque salta os olhos como, entra
ano sai ano, os técnicos não aprendem que o medo não é bom conselheiro, além de ser tudo que o adversário quer.
Adversário que, lembremos, entrou em campo para enfrentar a seleção pentacampeã com nada menos que três atacantes, heresia em
certas cabeças ditas pensantes do
atual futebol.
Não vá longe, pergunte a Nelsinho
Baptista o que ele achou quando viu
o Corinthians, que precisava de apenas um gol para complicar toda a vida dele, entrar em campo de maneira defensiva. Pergunte a ele por que,
logo aos 25 minutos do primeiro
tempo, tirou um homem do meio
para botar mais um atacante?
Pois Dunga há de ter visto e entre
uma coisa e outra, entre atacar e defender, embora tenha titubeado durante os treinos, preferiu a outra.
Que venha a Argentina!
Mas que venha bem devagar...
Favoritos mesmo
São Paulo e Palmeiras aproveitaram a sexta rodada do Brasileirão
para mostrar por que estão desde
antes do começo do campeonato
entre os favoritos ao título.
A missão palmeirense, é verdade,
foi facilitada pela expulsão de um
zagueiro do Cruzeiro ainda no primeiro tempo e no momento do empate paulista, na quinta-feira passada. Nem sempre, no entanto, um
time sabe se aproveitar de tal vantagem, como vimos com a seleção
brasileira diante da paraguaia. E o
Palmeiras não só soube como enfiou uma goleada no penúltimo invicto, 5 a 2.
Já o São Paulo brilhou no Maracanã, no sábado, ao acabar com o
invicto que restava, 4 a 2 no Flamengo, 11 contra 11, embora o
lançamento do goleiro Rogério
Ceni para Éder Luís fazer o quarto
gol autorize pensar que eram 12
contra 11.
Freud explica
O jornalista Bob Fernandes arrisca uma explicação para a frase de
Lula -"Só Freud explica"- sobre
Denise Abreu, que é filha do ex-árbitro e atual conselheiro do São
Paulo Olten Aires de Abreu.
Lula, corintiano, cansou de sofrer com as arbitragens dele quando frequëntava as arquibancadas.
blogdojuca@uol.com.br
Texto Anterior: Sob pressão, Dunga opta por blindar time em MG Próximo Texto: Soninha: "Aprendendo com as derrotas?" Índice
|