São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2010

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2 a 1 chorado

Brasil sofre para vencer a Coreia do Norte; Dunga prevê mais frio na barriga e diz que precisa melhorar

Brasil 2
Maicon, aos 10min, e Elano, aos 27min do 2º tempo


Coreia do Norte 1
Ji Yun-nam, aos 44min do 2º tempo

EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A JOHANNESBURGO

O Brasil venceu na estreia e lidera sua chave na Copa da África. Mas nunca foi tão difícil ganhar de um time da periferia da bola em um Mundial como no triunfo de 2 a 1 sobre a Coreia do Norte, ontem, em Johannesburgo.
Depois de um primeiro tempo sem imaginação, em que conseguiu fazer um jogo equilibrado contra a 105ª colocada no ranking da Fifa, o time de Dunga abriu 2 a 0, com gols de Maicon e Elano.
Viu, porém, o adversário semiamador descontar perto do fim do jogo e ainda tentar o empate nos acréscimos.
Foi apenas a segunda vez na história que a seleção foi vazada numa Copa por um adversário que não fosse dos continentes americano ou europeu. Na primeira, em 2006, o time levou um gol do Japão, mas fez quatro.
Nas nove vezes anteriores que enfrentou times africanos, asiáticos ou da Oceania, a diferença média das vitórias foi de três gols. Só uma vez, contra a Argélia, em 1986, o Brasil ganhou só por um gol, mas pelo menos o time não foi vazado.
A nada empolgante vitória, em nova atuação decepcionante de Kaká, ao menos fez o Brasil completar sua 17ª estreia seguida em Copas sem derrota. E ainda pôs o país na liderança do Grupo G -no outro jogo da rodada inaugural, Costa do Marfim e Portugal ficaram no 0 a 0.
Mas não evitou que, mesmo sob o ensurdecedor barulho das vuvuzelas, Dunga e seus jogadores ouvissem vaias na saída para o intervalo. E que o jogo terminasse com o estádio Elllis Park, lotado no início, com ao menos um terço dos lugares vazios.
Até Dunga, apesar do seu usual discurso de que o importante é a vitória, reconheceu que o time precisa melhorar. "Não só eu como os jogadores esperamos isso na próxima partida", disse.

MAIS FRIO NA BARRIGA
Vestido com seu tradicional figurino em jogos com frio intenso -a sensação térmica em Johannesburgo chegou a -2C-, ele falou também sobre o assunto. "Uma temperatura melhor seria ideal, mas essa é a temperatura que vamos encontrar aqui", disse o treinador.
O Brasil volta a campo no domingo, quando enfrenta a Costa do Marfim no Soccer City, a outra arena de Johannesburgo nesta Copa.
Uma nova vitória brasileira garante o time de Dunga nas oitavas de final com uma rodada de antecedência. Aliada a um empate entre norte-coreanos e portugueses, deixaria o Brasil também com o primeiro lugar da chave sacramentado.
Mas Dunga já prevê outra partida suada: "Cada jogo tem um frio na barriga".


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