São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2010

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Acerto no passe é trunfo do Brasil

Na estreia, seleção teve 94% de aproveitamento no fundamento, ante 82% na média da Copa

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

Não faltam críticos para dizer que, com Dunga, a seleção não joga como Brasil.
Mas, ao menos no passe, uma das essências do futebol nacional, o time do treinador justificou sua história na vitória sobre a Coreia do Norte.
É verdade que, na maior parte do tempo, os jogadores passavam a bola somente para se livrar dela ou em trocas de bolas infrutíferas na defesa ou no meio-campo.
Mas também é fato que o Brasil, numa Copa marcada por gols acidentais ou de bolas paradas, fez dois tentos depois de enfiadas de bola milimétricas -uma de Elano para o gol de Maicon, aos 10min do segundo tempo, e outra de Robinho, que acabou num chute cruzado e certeiro de Elano, no segundo gol, aos 27min.
Tanto pelos números do Datafolha como nos divulgados pela Fifa, fica clara a preferência nacional pelo passe.
Em ambas as estatísticas, a seleção brasileira foi o time que mais trocou passes e também com mais qualidade. Pelo Datafolha, foram 547 passes do time de Dunga, com precisão de 94%.
Números muito acima da média geral da Copa até agora, em que cada seleção troca, em média, 321 bolas por partida, com o modesto aproveitamento de 82%.
Gilberto Silva e Felipe Melo não repetiram os mesmos erros dos últimos amistosos, contra Zimbábue e Tanzânia. A dupla de volantes distribuiu 140 passes, e só quatro deles foram errados.
Para Dunga, o esmero do seu time no fundamento foi essencial para superar ontem os norte-coreanos.
"Acho que, quando encontra uma seleção que é ofensiva, que ataca, você encontra os espaços. Quando pega uma equipe que se fecha bem, você tem que ter paciência, trocar mais passes. E, se você observar, a movimentação defensiva da Coreia foi quase perfeita."

CHANCES COREANAS
Eficiente para encontrar espaços e produzir dois gols, a tática de muitos passes, no entanto, não evitou que o frágil time asiático criasse um bom número de chances.
Foram ao todo 11 finalizações norte-coreanas, sendo que em uma delas, aos 44min do segundo tempo, Ji Yun-nam aproveitou um buraco na marcação brasileira para chutar cruzado e bater o goleiro Júlio César.
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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