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Acerto no passe é trunfo do Brasil
Na estreia, seleção teve 94% de aproveitamento no fundamento, ante 82% na média da Copa
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
Não faltam críticos para dizer que, com Dunga, a seleção não joga como Brasil.
Mas, ao menos no passe,
uma das essências do futebol
nacional, o time do treinador
justificou sua história na vitória sobre a Coreia do Norte.
É verdade que, na maior
parte do tempo, os jogadores
passavam a bola somente para se livrar dela ou em trocas
de bolas infrutíferas na defesa ou no meio-campo.
Mas também é fato que o
Brasil, numa Copa marcada
por gols acidentais ou de bolas paradas, fez dois tentos
depois de enfiadas de bola
milimétricas -uma de Elano
para o gol de Maicon, aos
10min do segundo tempo, e
outra de Robinho, que acabou num chute cruzado e
certeiro de Elano, no segundo gol, aos 27min.
Tanto pelos números do
Datafolha como nos divulgados pela Fifa, fica clara a preferência nacional pelo passe.
Em ambas as estatísticas, a
seleção brasileira foi o time
que mais trocou passes e
também com mais qualidade. Pelo Datafolha, foram 547
passes do time de Dunga,
com precisão de 94%.
Números muito acima da
média geral da Copa até agora, em que cada seleção troca, em média, 321 bolas por
partida, com o modesto aproveitamento de 82%.
Gilberto Silva e Felipe Melo não repetiram os mesmos
erros dos últimos amistosos,
contra Zimbábue e Tanzânia.
A dupla de volantes distribuiu 140 passes, e só quatro
deles foram errados.
Para Dunga, o esmero do
seu time no fundamento foi
essencial para superar ontem os norte-coreanos.
"Acho que, quando encontra uma seleção que é ofensiva, que ataca, você encontra
os espaços. Quando pega
uma equipe que se fecha
bem, você tem que ter paciência, trocar mais passes.
E, se você observar, a movimentação defensiva da Coreia foi quase perfeita."
CHANCES COREANAS
Eficiente para encontrar
espaços e produzir dois gols,
a tática de muitos passes, no
entanto, não evitou que o frágil time asiático criasse um
bom número de chances.
Foram ao todo 11 finalizações norte-coreanas, sendo
que em uma delas, aos
44min do segundo tempo, Ji
Yun-nam aproveitou um buraco na marcação brasileira
para chutar cruzado e bater o
goleiro Júlio César.
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO
COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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