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PRANCHETA DO PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
O exílio dos laterais
QUANDO O Brasil bateu seu
recorde e completou três jogos seguidos em casa sem
marcar, o problema era
idêntico ao de ontem.
O lateral passava em direção à linha de fundo, feito
uma locomotiva, doido para
receber o passe. O meia, fosse Elano, Robinho, Kaká,
qualquer um, cortava para
dentro. O lateral exilado voltava correndo para o campo
de defesa. Desperdício de
energia dele e do torcedor
brasileiro, que assistiu, atônito, a três empates seguidos por 0 a 0, contra Argentina, Bolívia e Colômbia.
O recorde negativo, três
partidas sem gol em casa,
aconteceu em 2008. Pois
ontem a cena foi igual. Maicon parecia saber que o jogo
se dava no seu setor. O lateral norte-coreano, Ji Yun-nam, nunca estava no lugar
certo. A bola também não.
No primeiro tempo, foram
pelo menos três ultrapassagens. Maicon desistiu. Em
vez de tentar o fundo, arriscou, aos 27min, o chute de
fora da área. Foi a única
chance da primeira etapa.
Ficou até a impressão de
que o Brasil diminuiu a
quantidade de erros na saída de bola. Mas é melhor
não ter otimismo também
nesse aspecto, porque a seleção não foi pressionada
em seu primeiro passe.
Dunga tem razão quando
diz que o passe ficou mais
rápido no segundo tempo.
Mas o que melhorou mesmo
foi a visão de jogo de Elano.
Aos 10min, ele percebeu
Maicon em disparada, um
trem-bala, em direção à linha de fundo. Rolou, e o lateral direito brasileiro resolveu chutar para o gol.
É possível até que o Brasil
repita o que fez na Copa das
Confederações de 2009,
quando desapontou contra
o mais fraco do grupo (4 a 3
no Egito) e venceu os rivais
mais fortes, Itália e EUA.
Mas a obrigação era fazer saldo contra os norte-coreanos, para não sofrer
contra marfinenses e portugueses. Ou melhor, a obrigação era jogar bem. O Brasil não conseguiu.
ROBINHO E KAKÁ
Kaká mostrou que sua crise não é só física, mas técnica
também. Não joga bem há
um ano. Já Robinho foi a referência do ataque, como não
era desde a Copa América.
O MAIS DIFÍCIL
A Costa do Marfim só empatou, mas mostrou ser forte.
São gigantes fisicamente. Yaya Touré é o símbolo de um time que marca muito forte e
sai para o ataque com qualidade. E Drogba vem aí.
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