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Anhangabaú convoca órfãos do Mundial e protesta contra salários e corre-corre paulistano
EDUARDO OHATA
DE SÃO PAULO
Em clima de festa, parte da
torcida que lotou ontem o
Anhangabaú aproveitou para, com suas camisas da seleção, fazer um protesto.
Ao vestir o ""10" de Ronaldinho, o ""7" de Adriano ou o
""9" de Ronaldo, quiseram
deixar clara a insatisfação
por Dunga tê-los esquecido.
O favorito entre os ""órfãos
da Copa" era Ronaldinho.
Nos vagões de metrô e trem
foi comum ontem avistar torcedores que traziam às costas seu nome e número.
""Pelo que fez no Milan, o
Ronaldinho merecia estar lá.
[Vestir sua camisa] é a forma
como nós, pessoas comuns,
podemos nos expressar",
disparou Cesar Lucchesi, 28.
""Se o Kaká se machucar,
quem vão pôr no lugar?"
""[O jogo] estaria bem melhor se o Adriano estivesse
em campo", reclamou, apontando para o telão momentos
antes do segundo gol brasileiro, Adeílson Santos, 20,
operador de telemarketing.
Até mesmo o corintiano
Ronaldo teve defensores. Pablo Silva Soria, 21, estudante
de arquitetura, trocou a camisa do Palmeiras por uma
""9" do ""Fenômeno".
""Sou palmeirense, mas
sou fã dele. Ele tinha que estar lá, pois faz gol na hora
certa, decide, resolve", afirmou, ao minimizar os problemas de lesões do atacante.
""O Ronaldo iria trabalhar
para surpreender na Copa."
Mas nem todos usavam camisetas de jogadores ausentes da Copa para enviar mensagem a Dunga. Para alguns,
o dia a dia contribuiu para
que recorressem ao armário.
Foi o caso da administradora Adriana Melo, 20, que
usava a camisa de Ronaldo.
""Não tive tempo de comprar
outra", disse Adriana.
Para outros, a questão financeira pesou mais.
""Foi por economia que
não comprei uma camisa
mais atual", explicou Ricardo Bonfim, 21, estudante de
direito. ""Não recebo para isso", resumiu, direta, Thaís
Prieto, 20, operadora de call
center. Ambos usavam camisas antigas de Ronaldinho.
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