São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2010

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Comitê de SP já admite plano B

Arena em Pirituba passa a ser cogitada após abandono da reforma de R$ 630 mi do Morumbi

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

O comitê paulista da Copa--2014 admitiu, pela primeira vez, a possibilidade de estudar o projeto de um estádio em Pirituba para a abertura do segundo Mundial no país.
Anteontem, o São Paulo encaminhou ao comitê paulista da Copa de 2014 as garantias financeiras para a reforma do Morumbi, no valor de R$ 265 milhões.
O projeto de reforma aprovado pela Fifa que credenciaria tecnicamente o Morumbi a receber a abertura foi abandonado. Assim, o estádio não poderá mais ser qualificado para a abertura do torneio, dizem pessoas ligadas à Fifa.
O projeto do Morumbi que poderia abrigar o jogo inaugural da Copa estava orçado em R$ 630 milhões.
A arena em projeto para ser construída em Pirituba custará entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões e seria bancada em conjunto pelo governo paulista e pela iniciativa privada. À Folha Raquel Verdenacci, que coordena os trabalhos do comitê, afirmou que São Paulo aguardará o posicionamento da Fifa.
"Ganhamos tempo e vamos ter uns 40 dias para analisar o que a cidade de São Paulo quer fazer. Se um jogo de oitavas de final ou a abertura da Copa. Se quisermos a abertura, acho que a Fifa nos deixará reapresentar o projeto", disse Verdenacci, que está na África do Sul.
Segundo ela, hoje, somente a proposta de Pirituba poderia levar São Paulo a ter o jogo inaugural do Mundial brasileiro, já que o projeto do Morumbi, apresentado anteontem, só o qualifica para a fase de oitavas do torneio.
No caso de São Paulo decidir que não vale a pena gastar dinheiro para abrir a Copa-14, o Morumbi continuará sendo a primeira opção da capital paulista.
Outras opções, mais remotas, seriam o projeto de modernização do Pacaembu e até o novo Palestra Itália.
Ontem, o São Paulo, que diz ainda não ter desistido da abertura, informou que a proposta de R$ 260 milhões "inclui novo projeto arquitetônico compatível com as especificações técnicas da Fifa, o orçamento e o plano de viabilidade financeira". De acordo com o clube, "toda a obra será feita com fontes privadas de financiamento".
Em Johannesburgo, o presidente da federação paulista, Marco Polo Del Nero, declarou que o "São Paulo precisa fazer sua lição de casa" e que ele ainda apoia o Morumbi para a Copa-14.
No entanto, o dirigente também admitiu a construção de um novo estádio que possa abrigar a abertura.
"Pode ser feito um estádio onde será o maior centro de convenções do mundo, com 80 mil vagas de estacionamento, para 50 mil lugares", disse o cartola, acrescentando que o projeto seria bancado por "grupos privados", mas sem especificá-los.
O presidente da federação, que está rompido com o São Paulo desde o final de 2008, também afirmou que "uma cidade como São Paulo não pode perder a chance de ter a abertura da Copa".
O próprio ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., que vinha apoiando o Morumbi, agora afirma não estar mais confiante no estádio são- -paulino.
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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