São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2004

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VÔLEI

Rodrigão é última baixa da equipe, que tenta superar desgaste de seguidas lesões e falta de ritmo na fase decisiva

Brasil junta os cacos para buscar quarta conquista na Liga

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Bernardinho queria chegar à fase decisiva da Liga Mundial com um esboço da base que viajará com ele a Atenas. Não pôde.
A falta de testes consistentes na etapa classificatória e a série de lesões que assolaram o grupo no torneio fazem o técnico enfrentar hoje a Bulgária, às 16h, com mais dúvidas do que tinha na estréia contra a Grécia, em 4 de junho.
A última e mais grave baixa foi Rodrigão. Considerado atualmente por Bernardinho o melhor meio do time, ele sofreu um início de fratura por estresse na perna. Não jogará as finais e corre o risco até de ficar fora dos Jogos.
Antes dele, a seleção ficou sem Giba, logo no início da Liga, por causa de uma tendinite no joelho. O mesmo problema tirou Gustavo de quadra nos últimos jogos.
As baixas durante o torneio prejudicaram os testes de Bernardinho, que instaurou um rodízio.
A intenção do treinador era reestruturar sua equipe, abalada pela perda de Nalbert, e ainda procurar um potencial substituto para o capitão, que se recupera de uma cirurgia no ombro e segue como dúvida para Atenas.
"É complicado, atrapalha o trabalho e preocupa. Mas eu já vivi a contusão da Ana Moser em 1996, da Virna em 2000... É possível superar", disse o técnico, bronze nas duas últimas Olimpíadas com a seleção feminina. Agora, ele busca o tri da Liga (venceu em 2001 e 2003) e o quarto título para o Brasil, campeão também em 1993.
Sem uma base firmada, Bernardinho lidou ainda com a falta de rivais fortes. Grécia, Portugal e Espanha não ofereceram resistência, e seu time chega à decisão em Roma (Itália) como único invicto.
A fragilidade das seleções levou os brasileiros a apostarem mais nos coletivos do que nos jogos para ganhar ritmo para a fase final. Por isso, o confronto de hoje é visto como o primeiro teste de fato.
"Teremos a oportunidade de ver a nossa equipe contra um time alto", afirmou André Heller, que será opção, ao lado de Gustavo e Henrique para o meio-de-rede.
A Bulgária tem média de altura de 1,99 m, contra 1,94 m do Brasil. A equipe também ostenta os dois melhores bloqueadores da Liga Mundial: Tsvetanov e Ivanov. Eles terão a missão de parar Anderson, o melhor atacante, com 59,4% de aproveitamento.
O teste contra uma seleção mais forte, no entanto, pode ter efeito negativo para o Brasil por causa do novo regulamento.
Hoje, além de brasileiros e búlgaros, Sérvia e Montenegro e Itália se enfrentam. Na segunda rodada, cruzam os perdedores com os vencedores. Só as partidas de amanhã valem como mata-matas e definem os finalistas.
Assim, a seleção fará contra a equipe considerada mais fraca um jogo que "não vale nada" e terá menos de um dia para se recuperar. "Estou um pouco preocupado e ansioso para ver como a equipe reagirá [contra um rival mais forte]. Ainda não estamos 100%, mas vamos lutar", afirmou o levantador Ricardinho.


NA TV - Sportv, ao vivo, a partir das 16h


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