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Chance perdida
Cruzeiro desperdiça vantagens no Mineirão e vê Estudiantes celebrar Libertadores
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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Gerson Magrão lamenta a derrota do Cruzeiro
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
Era uma questão de Estado.
O governador de Minas Gerais,
Aécio Neves, foi conversar com
os jogadores cruzeirenses antes
do jogo. Os jornais mineiros estampavam em suas capas os
motivos pelos quais o time azul
chegaria ao tricampeonato. E o
retrospecto era amplamente
favorável aos donos da casa.
Mas o sonho do Cruzeiro de
ganhar sua terceira Libertadores se transformou em tragédia, ao ser derrotado pelo Estudiantes, no Mineirão, por 2 a 1.
O clube argentino conquistou
seu quarto título do torneio.
A partida foi protagonizada
pelo meia Verón, que não fez
gol, mas entrará para a história
como o carrasco cruzeirense.
Pressionados, os mineiros
desperdiçaram a situação favorável. Das dez vezes em que o
primeiro jogo da final da Libertadores acabou sem gols -como em La Plata-, oito delas tiveram como campeão o anfitrião da segunda partida.
O Cruzeiro nunca havia perdido um jogo de final de Libertadores em casa.
Mas repetiu-se o que tem
ocorrido com outros clubes
brasileiros. Com maior número
de clubes nas fases eliminatórias da Libertadores na última
década -foram 39 classificados
no período-, os times brasileiros têm falhado nas finais.
Por nove vezes, equipes do
país estiveram nas finais nesta
década. Mas só quando houve
duelos entre equipes nacionais
o título ficou no país -com São
Paulo e com Internacional.
Desde o início, havia sinais de
problemas. Nervosos, os brasileiros reclamavam do árbitro. E
os argentinos caíam e aumentavam a irritação rival.
Os cruzeirenses ainda sentiam um ambiente de pressão
diante da presença do técnico
da seleção, Dunga, chamado ao
estádio por Aécio Neves, que
queria "estimular" os atletas
com a chance de serem convocados para o time nacional.
"É o pior dia da minha vida.
Dá vontade de largar tudo", disse o presidente do Cruzeiro,
Zezé Perrella. Os jogadores mineiros saíram em silêncio. Os
argentinos cantavam.
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