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Jogos Mundiais começam hoje com status de festa dos esportes "esquecidos"
GUSTAVO ALVES
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Qual é o maior evento esportivo deste ano? Copa das
Confederações? Mundial de
Atletismo de Berlim? Não.
Em número de participantes, o maior evento do esporte em 2009 são os Jogos
Mundiais, que começam hoje em Kaohsiung (Taiwan).
Com 3.236 atletas inscritos para esta edição, a oitava,
os Jogos Mundiais são uma
espécie de Olimpíada que
reúne esportes rejeitados
pelo COI (Comitê Olímpico
Internacional).
Foram criados em 1981,
justamente com o objetivo
de agrupar os esportes que
não contam com espaço no
programa olímpico.
Tem de tudo: sinuca, paraquedismo, boliche, sumô, cabo de guerra, jiu-jítsu e outros. Há ainda esportes insólitos, como tchoukball, corfebol e dragon boat. O Brasil
é favorito no masculino do
punhobol, espécie de vôlei
praticado com os punhos.
Menos badalado, os Jogos
Mundiais contam em sua
maioria com atletas amadores. Segundo a organização
do evento, a maior parte recebeu o apoio dos comitês
olímpicos nacionais para
participar do evento.
No Brasil, a situação é bem
diferente. A delegação brasileira conta com 57 representantes, ou cerca de 20% do
número de esportistas que
foram aos Jogos de Pequim,
mas o Comitê Olímpico Brasileiro ignora o evento. O Ministério do Esporte contribuiu apenas indiretamente,
já que 25 deles recebem benefícios da Bolsa Atleta.
Relegados à obscuridade
de seus esportes, a maioria
tirou dinheiro do próprio
bolso para ir aos Jogos.
O paraquedista Marat Leiras, que mora nos EUA, chegou a fazer uma "vaquinha"
entre amigos. Dos US$ 3.500
arrecadados, US$ 1.600 foram gastos em passagem, e o
restante, em treinos.
"Com o dinheiro que sobrou, só consegui fazer 30
saltos. Um canadense faz 150
antes de competir", afirmou.
Willian Takahiro, atleta do
sumô, usou artifício parecido. Ele e outros quatro sumotoris brasileiros tiveram
que arrecadar, cada um, R$
6.000 vendendo uma rifa.
"Teve atleta que gastou R$
4.000 para poder ir", disse.
Um dos poucos privilegiados da delegação nacional é o
patinador Marcel Stürmer.
Bicampeão do Pan e bronze no Mundial, o gaúcho recebeu ajuda de patrocinadores para ir à Ásia.
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