São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2010

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Fiel

Em seu retorno ao Palmeiras, Scolari descarta dividir trabalho com a seleção brasileira

Almeida Rocha/Folhapress
Scolari, na tribuna

RENAN CACIOLI
DE SÃO PAULO

Luiz Felipe Scolari recorreu ao Palmeiras para responder às inúmeras perguntas sobre a seleção brasileira. "É o Palmeiras quem vai fazer parte da minha vida."
Há pouco mais de 13 anos, quando foi apresentado pela primeira vez no clube, chegou falando grosso: "Quem matar o pai quatro vezes para faltar nos treinos estará se arriscando", disse, na ocasião.
Ontem, no CT, seu segundo cartão de visitas foi muito mais "light": "Vou fazer aqui o que fiz nos últimos clubes: trabalhar de coração".
O déjà-vu teve direito até a reconciliação com a famosa "turma do amendoim", o grupo de torcedores batizado por Scolari naquela época, que vaiava o time quando jogava mal independentemente da posição no torneio.
"O Belluzzo falou que eles têm um site. Pensei: "Opa, vou fazer parte'", disse o treinador, que bebeu leite para homenagear o também retorno da Parmalat ao clube. Foi uma volta à década de 90.

Seleção brasileira
Me apresento com o intuito de trabalhar no Palmeiras. Nunca trabalho, em qualquer lugar do Brasil ou do mundo, com segunda intenção. É a minha primeira intenção, e pronto. Se um dia tiver de sair daqui, em primeiro lugar, vou consultar o presidente do clube. E, aí sim, vamos definir a situação. Neste momento, vim para fazer parte do Palmeiras. É o Palmeiras que vai fazer parte da minha vida. Agradeço às manifestações carinhosas dos brasileiros, mas minha preocupação é o Palmeiras.
Em 2006, recebi um convite, consultei a família e ela achou que não era a hora de voltar ao Brasil. Foi a única vez que eu disse não. Agora, como eu já tinha acertado com o Palmeiras, eu disse que viria dia 15 e aqui estou. O que tenho de pensar, e vocês devem acabar com a ideia, é de falar sobre convite ou não. Hoje, eu sou o técnico do Palmeiras. Encerro o assunto. Se, no futuro, houver alguma situação, vai passar pelo [Luiz Gonzaga] Belluzzo [presidente do clube] e pelo Gilberto [Cipullo, vice]. Não é que eu não queira dizer sim ou não. Eu fico feliz pela possibilidade e pelo carinho que me tratam, mas tenho de ser agradecido ao Palmeiras.
Quem sou eu para indicar treinador para a seleção? Quem tem de fazer isso é o Ricardo Teixeira. Nunca falei de ninguém. Quando os clubes me perguntam de determinados técnicos, aí sim tenho o maior prazer de falar: esse é um bom técnico. Sobre seleção, não há possibilidade de eu dizer sobre A, B ou C.

Elenco
O que mais precisamos neste momento é de pessoas que gostem do clube. E o Valdivia é uma dessas. Quando ele esteve no Uzbequistão, nós travamos contato, ele foi muito simpático, deu até uma camiseta do Al Ain para o meu filho. Por isso, já temos um contato. Mas o presidente é quem está tratando desse assunto e sabe dizer melhor sobre a possibilidade de ele vir ou não para o Palmeiras.
Tem equipes que já têm o grupo fechado e estão em melhores condições. Não é de um dia para o outro que tudo vai mudar. Já indicamos três ou quatro nomes, mas os clubes não querem vender.

Marcos
Primeiro, vamos ver o que o Marcos está passando. Se ele tiver condições e estiver mentalmente com condições, e o Carlão [Carlos Pracidelli, preparador de goleiros] disser "Ele é o melhor", vamos fazer todo o esforço possível para que fique conosco.

Libertadores
Temos duas oportunidades para disputar a Libertadores do ano que vem, sendo o quinto colocado ou campeão da Sul-Americana. É um dos grandes objetivos nossos.

Imprensa
Pretendo ter uma relação aberta, tranquila. Não posso abrir as portas do CT em determinadas situações. Isso vamos estudar. Não queremos prejudicar vocês. Mas, em algumas oportunidades, preciso ter uma certa situação restrita ao meu grupo, de coisas que vocês não precisam tomar conhecimento.


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