São Paulo, sábado, 16 de julho de 2011

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Acervo Folha

Folha acompanha a história dos craques do futebol brasileiro, de Friedenreich a Ronaldo

DE SÃO PAULO

A história da popularização do futebol no Brasil é a história de seus ídolos, muitas vezes contada como enredo de filme: ascensão, queda, o "segundo ato" da recuperação e o encaminhamento para um final trágico, como o de Garrincha, ou feliz.
Na segunda-feira, por exemplo, completam-se 40 anos do último jogo de Pelé pela seleção brasileira, registrado na Folha em 19/7/1971.
A narrativa da vida dos maiores craques brasileiros, com todos os seus momentos de drama e de glória, está disponível no Acervo Folha (acervo.folha.com.br), que traz todos os textos publicados pelo jornal desde 1921.
Uma consulta ao acervo mostra quão longeva podia ser a carreira de um craque nos primórdios do futebol -e também como, muito antes da época dos contratos milionários, a popularidade dos jogadores e a publicidade em torno deles evoluíram.
No estilo preciosista característico da época, a "Folha da Noite" (um dos três jornais que, em 1960, dariam origem à Folha) de 31/12/ 1932 fala do "ocaso do astro- -rei de nosso futebol", o artilheiro Arthur Friedenreich.
Campeão pelo Paulistano e pela seleção, Fried tinha 40 anos. Para a reportagem, o centroavante já "se vergava ao peso dos anos" -mas continuaria jogando até os 43.
No fim da década, a "Folha da Manhã" de 26/7/1938 traz reportagem sobre a "grande massa popular" que recebeu Leônidas da Silva em SP pouco depois de o craque retornar da Copa da França com o terceiro lugar e a artilharia, ambos inéditos para o Brasil.
Ao lado da reportagem, o "reclame" de uma marca de goiabada com a foto e a assinatura do jogador. Por essa época, Leônidas também viraria marca de cigarro e relógio, e seu apelido, Diamante Negro, batizaria um chocolate que é vendido até hoje.

DRAMA COLETIVO
"Enquanto os orientais [uruguaios] nasceram com alma de campeões, os nossos jogadores possuem apenas a de artistas da pelota (...), sem a coragem, sem o entusiasmo e muito menos o espírito de luta que move qualquer equipe às grandes conquistas."
Essa foi a severa avaliação da "Folha da Noite" de 17/7/ 1950 diante do maior "drama coletivo" do futebol do país: a derrota para o Uruguai, no Maracanã, na final da Copa, que deixou sem título mundial uma geração de craques, como Zizinho e Ademir.
Na década de 50, o Brasil também assistiria à aparição dos dois jogadores que levaram a seleção a seus três primeiros títulos mundiais.
Pelé foi acompanhado pela Folha desde sua estreia como profissional, em 1956, até sua presença na tribuna do Pacaembu como espectador da primeira Libertadores que o Santos ganhou sem tê-lo em campo (23/6/2011).
O jornal registrou o apogeu e a decadência de Garrincha -estrela em 1958, maior responsável pelo bi em 1962 e morto aos 49 anos, vítima de alcoolismo (21/1/1983).
A partir dos anos 90, a vida de Ronaldo forneceria o enredo futebolístico com doses de drama -a crise nervosa na Copa de 1998, a artilharia na de 2002, na Ásia, várias contusões e mais de uma "ressurreição" até o anúncio do fim da carreira (15/2/2011).


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