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País joga fichas em canoagem, esqui e ciclismo para ficar em 3º no Pan
Canadá aposta em sprint final para superar o Brasil
DOS ENVIADOS A SANTO DOMINGO
Os canadenses tem a certeza de
que terminarão os Jogos em terceiro lugar, ficando à frente do
Brasil. A intenção é dar um sprint
final e, nos derradeiros instantes,
recuperar a posição perdida.
Logo depois de sua equipe ter
perdido o ouro para os brasileiros
no futebol feminino, Chris Rudge,
secretário-geral do Comitê Olímpico Canadense, disse à Folha que
terminaria o Pan em terceiro.
"O Brasil está à frente, mas é
temporário. Em nossa avaliação,
ganharemos o terceiro lugar, embora seja por uma diferença muito pequena", afirmou o dirigente.
Para Rudge, o Canadá terminará o Pan com 31 medalhas de ouro, e o Brasil, com 29.
Suas principais esperanças estavam na canoagem, onde esperava
conquistar entre ontem e hoje de
três a quatro ouros, e no badminton, que rendeu dois ouros na
noite de ontem. Segundo o canadense, seu país tem a confiança de
conquistar até amanhã outros
três topos de pódio, dois no esqui
aquático e um no ciclismo.
"No final do Pan ficaram alguns
esportes em que somos muito fortes. Além da canoagem, do badminton e do esqui aquático, temos o ciclismo, o taekwondo e a
natação", declarou.
Apesar do otimismo, Rudge reconhece que o desempenho canadense ficou abaixo do esperado
-em Winnipeg, o país conquistou 64 ouros. "Trabalhávamos
com a possibilidade de terminar
com 35 a 37 medalhas de ouro.
Hoje sabemos que a meta não será atingida", afirmou.
Uma explicação? Várias, responde. A começar pelo fato de
que o Canadá não levou sua equipe principal. "O Pan está longe de
ser uma Olimpíada, é um evento
mais para você testar jovens atletas do que para usar as principais
estrelas. Foi o que fizemos. Posso
dizer que mais de 80% de nossos
atletas eram revelações que usaram o Pan para amadurecer."
Outra explicação é o fato de o
Canadá não ter competido em casa, como acontecera em Winnipeg. "Aí a diferença é grande. Em
casa, você se aplica mais, usa os
melhores talentos, conta com o
fator torcida, a tendência é ir melhor. É o que acontecerá com o
Brasil em 2007. Lá, sim, dificilmente teremos chance de ficar em
terceiro. Até porque novamente
não iremos com força máxima."
Ainda segundo o dirigente, o
número de atletas levados aos Jogos diminuiu de Winnipeg para
Santo Domingo. "Em casa, contávamos com 640 competidores.
Aqui não temos mais de 440."
Sobre o crescimento do Brasil,
disse que já era esperado.
"Não só do Brasil, mas de toda a
América do Sul, que está investindo mais em esporte. Eu diria que
fiquei até mais surpreso com o resultado da Venezuela do que com
o do Brasil. Sinceramente, achava
que vocês passariam das 25 medalhas de ouro [de Winnipeg]. O
que não contava era que nós ficássemos abaixo das 35."
Em relação à organização dos
Jogos de 2007, o canadense diz
que as expectativas são as melhores possíveis. "Em Santo Domingo, prevaleceu o improviso. No
Rio, as coisas serão mais organizadas. Tenho certeza de que serão
grandes Jogos e de que, aí sim, o
Brasil ficará em terceiro."
Só que, no final, não deixou de
mandar um recado. "Mas, a partir
de 2011, as coisas voltam ao normal", brincou. "O terceiro lugar
vai voltar a ser nosso."
(EDUARDO OHATA, GUILHERME ROSEGUINI E JOÃO
CARLOS ASSUMPÇÃO)
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