São Paulo, segunda-feira, 16 de agosto de 2004

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BASQUETE

Protetorado leva EUA a "erros estúpidos"

DOS ENVIADOS A ATENAS

"Nós chocamos o mundo", gritavam os porto-riquenhos, à saída do jogo de ontem, quando bateram os EUA no basquete.
Nada deu certo para os americanos. "Aconteceu o pior cenário possível", disse Richard Jefferson.
Os porto-riquenhos lideraram o placar por 33 dos 40 minutos da partida. Ao final do segundo quarto, já estavam na frente por 49 a 27. Os EUA acertaram só três arremessos de três pontos, em 24 tentativas. Os porto-riquenhos foram mais felizes: oito de 16.
O ataque funcionou, mas a defesa é que garantiu a vitória na avaliação dos porto-riquenhos. O pivô José ""Piculin" Ortiz, 40, o mais experiente do time, atendeu a avalanche de jornalistas. ""Foi o meu maior momento na seleção; agora só falta a medalha", afirmou, ratificando que planeja encerrar a carreira após 22 anos na equipe nacional. "Foi um grande trabalho defensivo. O mundo inteiro sabe que na América Latina o basquete tem muito talento."
Feito ainda maior pelo fato de Porto Rico ser apenas um Estado associado dos EUA.
O armador Carlos Arroyo, que durante o jogo gesticulou mostrando a camisa para o público ("gesto de emoção, uma homenagem ao povo de Porto Rico, lá em casa, vendo o jogo pela TV") destacou a intensidade e concentração defensiva. Ele marcou 24 pontos e foi o cestinha da partida.
Porto Rico roubou sete bolas e conseguiu 27 rebotes na partida. Ao final, saiu muito aplaudido.
A derrota não significa que o basquete americano esteja fora da disputa pelo ouro, já que basta se classificar entre os quatro primeiros em um grupo de seis para avançar. Mas mostrou ao mundo que a equipe não é imbatível.
""Temos que pensar se conseguiremos formar um time. O resultado não foi uma surpresa porque é isso que acontece quando alguém se esforça mais do que você", disse Larry Brown, técnico dos EUA.
"Eu não sei o que dizer, só que as coisas têm sido muito ruins. Nós temos tentado o melhor a cada dia, mas as coisas não se acertam", disse Carmelo Anthony.
"Temos que colocar este resultado para trás, acertar as coisas e concentrar para que os erros estúpidos que cometemos não aconteçam de novo, se quisermos lutar pela medalha de ouro", disse Allen Iverson, que acertou apenas um arremesso de três pontos, nas dez tentativas que fez.
Porto Rico deu um show tático na avaliação do técnico da seleção brasileira masculina, Aluísio Ferreira, o Lula, que está em Atenas como observador da confederação brasileira, porque o time não se classificou para a Olimpíada.
"Porto Rico foi ousado em apostar numa marcação por zona fechada, não dando espaço no garrafão, especialmente para o Tim Duncan. E o show da NBA ficou por conta do Arroyo", declarou Lula. (EA E MD)

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