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TÊNIS
Brasileiro estréia contra 14º do mundo na chave que tem 24 dos 30 primeiros do ranking
Sem status de favorito, Guga encara competição que "ganha respeito"
DO ENVIADO A ATENAS
O torneio que Gustavo Kuerten
começa a jogar hoje é o mais difícil da história do tênis olímpico.
Estão em Atenas 24 dos 30 primeiros do ranking mundial, quase o dobro do número de tenistas
de ponta que apareceram em
Seul-88, quando a modalidade
voltou aos Jogos.
Guga aponta o que levou à elevação do nível: a decisão de incluir o torneio masculino na lista
das competições que contam
pontos para o ranking, novidade
que apareceu em Sydney-2000.
"Isso foi fundamental. Os caras
foram pesquisando e chegaram a
isso aí. A solução foi boa. A galera
opta pelo torneio. A Olimpíada
está ganhando respeito", disse
Guga à Folha após treinar ontem.
A evolução do torneio olímpico
desde 1988 comprova a tese.
Em Seul, desfilaram pela quadra
13 dos 30 melhores. Nas duas edições seguintes, a proporção foi semelhante: 15 dos 30 foram a Barcelona, e 14 jogaram em Atlanta.
Com a mudança no regulamento para Sydney, o primeiro salto:
19 dos 30 apareceram. Em Atenas,
o número seria ainda maior. A
primeira lista tinha com 27 dos 30
primeiros do mundo, mas três argentinos desistiram.
"Demorou para atletas e fãs entenderem a honra que é defender
seu país nos Jogos, mas agora a
Olimpíada é um dos eventos mais
importantes do tênis, e o tênis,
um dos eventos mais importantes
da Olimpíada", diz Francesco
Ricci Bitti, presidente da Federação Internacional de Tênis.
O próprio Guga é prova da mudança de status dos Jogos. Em 23º
lugar no ranking, ele não é cabeça-de-chave. Em 1988, o brasileiro
Luiz Mattar, à época 35º do mundo, era o 16º pré-classificado.
O tênis foi disputado nos primeiros Jogos modernos, Atenas-1896. Seguiu no programa olímpico até 1924, mas sem ser prioridade. Depois disso, disputas políticas o deixaram fora da Olimpíada, situação que durou até 1988.
A chave de Atenas reúne 64 jogadores (mesmo número de um
Masters Series) e teve sua cara definida por dois critérios: 48 jogadores ganharam vaga de acordo
com o ranking do dia 14 de junho
passado, e 16 receberam convites.
O torneio feminino teve formatação semelhante, mas guarda
uma novidade: passa agora a também dar pontos para o ranking.
Para Pequim, porém, isso tudo
pode mudar. A desclassificação,
pelos comitês olímpicos nacionais, de um holandês e de duas
alemãs que haviam obtido vaga
pelo ranking pode acabar com a
pontuação para 2008.
Alijado da lista de favoritos, Guga pega na estréia, por volta de
12h30 (de Brasília), um cabeça-de-chave: o chileno Nicolás Massú, 14º do mundo, contra quem
tem duas vitórias e uma derrota.
Em Sydney, Guga chegou às quartas-de-final.
(ROBERTO DIAS)
NA TV - Sportv Brasil, a partir
das 11h, e Bandsport,
a partir das 11h45
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