São Paulo, domingo, 16 de agosto de 2009

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Amigo de cartola, Adílson já discute renovação até 2012

Técnico do Cruzeiro, que enfrenta o Santos hoje, está no cargo desde o final de 2007 e é respaldado por Zezé Perrella

Desde os tempos de jogador no clube mineiro, relação do atual treinador com o dirigente máximo do clube já era bastante próxima

GUSTAVO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando o Santos entrar no gramado do Mineirão hoje, às 18h30, vai enfrentar a equipe que tem no comando um dos dois treinadores mais longevos do futebol brasileiro.
Adílson Batista está no Cruzeiro desde dezembro de 2007, mesma época em que Mano Menezes assumiu o Corinthians -então, para a disputa da Série B de 2008.
Depois de dois títulos do Campeonato Mineiro e um vice-campeonato da Taça Libertadores, Adílson se mantém em alta com a diretoria do clube, que pretende renovar seu contrato por mais três anos.
O treinador relata que sua relação com o clube celeste é antiga -Adílson defendeu o Cruzeiro como jogador em 1989.
"Minha amizade com o Zezé Perrella [presidente do Cruzeiro] foi construída quando eu era atleta e ele era conselheiro do clube. Sempre tivemos uma convivência muito boa, mas no futebol não dá para se manter sem resultados", diz Adílson.
O novo contrato com ele ainda não foi fechado, mas depende só de um acerto de valores.
Após o final da Taça Libertadores, Adílson perdeu três atletas que foram titulares na competição. Ramires foi vendido para o Benfica, Wagner, para o Lokomotiv de Moscou, e Gérson Magrão vai defender o Dínamo de Kiev.
O treinador, porém, é contra a adaptação do calendário nacional ao europeu. "Os jogadores vão continuar saindo, só que no meio da temporada europeia, não mais no começo. Essa é a diferença", analisa.
Para ele, os clubes devem aproveitar bons negócios para fazerem a reposição. Não cabe só aos treinadores resolverem o problema com inovações táticas e motivando os jogadores.
"O Luxemburgo, por exemplo, é um grande profissional. Mas, se ele não tiver um elenco forte, é difícil montar um time bom. O responsável pelas decisões no futebol é o jogador."
Insatisfeito por ter jogado 15 vezes nos dois últimos meses e ter apenas quatro partidas em setembro, Adílson defende uma outra mudança, na distribuição dos jogos que um clube faz ao longo do ano, o que evitaria sequências desgastantes. "O Brasileiro está em fase decisiva e não adianta reclamar dos times que colocam os reservas na [Copa] Sul-Americana."
Adílson também se diz contra reclamações com a arbitragem. Segundo ele, muitas vezes os árbitros não têm condições adequadas para desempenharem suas funções em alto nível.
"No começo do ano, peguei um avião de Belo Horizonte para Curitiba, num domingo à noite, com o Roberto Braatz [auxiliar Fifa, pelo Paraná]. De lá, eram três horas para chegar na casa dele. Na terça-feira, já apitou um jogo no Uruguai. Cobrar é fácil, dar condição de trabalho é diferente."
No jogo de hoje, o atacante Thiago Ribeiro e o volante Henrique, suspensos, são desfalques. No entanto o atacante Kléber volta de suspensão.


NA TV - Cruzeiro x Santos
Sportv (menos MG), às 18h30




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