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A maioria é contra
Pesquisa Datafolha mostra que 57% dos brasileiros não querem estádios bancados
com o dinheiro público na Copa do Mundo de 2014
Ricardo Nogueira/Folhapress
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O Morumbi, arena particular que está, hoje, fora da Copa
DE SÃO PAULO
A maioria dos brasileiros
não quer dinheiro público na
construção e reforma dos estádios para a Copa de 2014.
Segundo pesquisa nacional do Datafolha, que ouviu
10.856 pessoas em 382 municípios, 57% da população do
país rejeita o uso de dinheiro
dos impostos para esse fim.
Já os que defendem verbas
públicas para as arenas do
Mundial são 37%, enquanto
7% não souberam opinar.
A margem de erro do levantamento, realizado entre
os dias 9 e 12 agosto, é de dois
pontos percentuais.
Sem contar a cidade de
São Paulo, que não tem um
estádio aprovado pela Fifa, o
custo atual para as obras nos
outros 11 estádios do Mundial está em R$ 5,1 bilhões.
Isso significa 168% a mais
do que a CBF, que antes dizia
que a Copa-14 seria a da "iniciativa privada", dizia que o
Brasil iria gastar com suas
arenas para a competição em
2007, quando o país foi indicado pela Fifa para abrigar o
evento pela segunda vez.
Com nove estádios públicos, e interesse quase nulo da
iniciativa privada, o país terá
que recorrer aos cofres estatais para bancar as arenas.
O BNDES já abriu uma linha de crédito de R$ 4,8 bilhões para os estádios do
Mundial. O governo federal,
que controla o banco de investimentos, declara que não
vai consumir dinheiro público, já que os empréstimos terão condições parecidas com
as de outros ramos.
Mas quem vai tomar os
empréstimos são os governos
estaduais, o que configura o
uso de verba pública.
O dinheiro que o país gastará com estádios para a Copa bancaria quase metade da
verba que o governo federal
gasta por ano com o Bolsa Família (cerca de R$ 13 bilhões),
o mais popular projeto social
da gestão do presidente Lula.
Seria suficiente ainda para
construir uma via moderna
de metrô, como a linha amarela paulistana, que, quando
pronta, terá quase 13 quilômetros de extensão.
A rejeição ao uso do dinheiro dos impostos para os
estádios de 2014, no entanto,
diminui nos Estados mais pobres e entre os que ganham
menos, segundo a pesquisa
feita pelo Datafolha.
Na divisão por renda familiar mensal, o maior apoio ao
emprego do dinheiro dos impostos para os estádios da
Copa é detectado no grupo
que ganha até dois salários
mínimos, com 39%.
Apoio muito maior os estádios feitos com verbas públicas têm no Nordeste.
Na Bahia, por exemplo,
50% dos entrevistados defendem investimentos estatais nas arenas, e 42% rejeitam. Em Pernambuco, a disputa fica dentro da margem
de erro: 45% aprovam verbas
públicas e 48% não querem
que isso aconteça.
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