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BELEZA AMERICANA
Sem estrutura em casa, brasileiras migram para a WUSA, que só leva em conta a habilidade na hora de contratar
Exiladas, craques são estrelas do "soccer" nos EUA
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os destaques da seleção brasileira feminina cumprem um
""exílio" nos EUA, causado pela
precária estrutura que a categoria ainda enfrenta no Brasil.
Assim, seguindo os passos dos
atletas da seleção masculina,
elas procuram refúgio no exterior, mas, diferentemente dos
colegas milionários, sua prioridade são condições que permitam a continuidade da carreira.
Além de encontrarem estrutura, não são cobradas pela imagem, mas só pelo futebol. Segundo os responsáveis pelas
equipes da WUSA (Women's
United Soccer Association), a liga profissional dos EUA, a habilidade é o fator que atrai a atenção dos dirigentes.
""Queremos as melhores atletas. Assim, para as estrangeiras,
o melhor meio para chegar à
WUSA é integrando suas seleções nacionais", disse Jody Meacham, diretor de relações públicas do Bay Area CyberRays.
Campeão da edição inaugural
da WUSA, este ano, o Bay Area
conta com duas brasileiras, a
meia Sissi e a atacante Kátia Cilene. Outras duas, as atacantes
Pretinha e Roseli, integram o
Washington Freedom.
As quatro estão entre as maiores craques da história do futebol feminino brasileiro e foram
estrelas da seleção num passado
recente. Hoje, são ídolos nos
EUA, país que tem motivos para
investir, pois tem tradição na categoria -foi campeão olímpico,
em 96, e mundial, em 99.
""Se as condições fossem
iguais, estaria no Brasil, onde estão meus amigos, parentes. Mas
não é assim", diz Kátia.
Apesar de a final da WUSA ter
acontecido no mês passado, as
estrangeiras da liga foram impedidas de retornar a seus países
de origem por terem de cumprir
compromissos promocionais
previstos em seus contratos.
A liga classifica tais atividades
de ""trabalho comunitário", que
inclui clínicas em escolinhas de
futebol e visitas a hospitais.
Em novembro, alguns times
têm um período sem treinos. Só
então, as estrangeiras do Bay
Area estarão liberadas para voltar a seus países. A pré-temporada está prevista para fevereiro,
e o torneio começa em abril.
""Fiquei um pouco assim [chateada" ao saber que não poderia
voltar ao Brasil logo após o fim
do campeonato", diz Kátia, 24.
Para melhor cumprir o papel
de ""embaixadoras do esporte",
as estrelas da WUSA são encorajadas a frequentar aulas.
No Brasil, as jogadoras não
contavam com o benefício das
bolsas de estudo, como agora.
A WUSA começou com oito
times, mas planeja a expansão
para dez. A média de público da
edição inaugural foi de 8.295
pessoas por jogo, superando a
expectativa dos organizadores.
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