São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 2002

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VÔLEI

Time, que nunca havia chegado à semifinal, conquista o Mundial feminino

Campeã, Itália confirma nova ordem das quadras

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção feminina de vôlei da Itália venceu os EUA na inédita decisão do Mundial da Alemanha, sagrou-se campeã pela primeira vez na história e consagrou a nova geografia das quadras.
O time italiano, que nunca havia ficado entre os quatro melhores do mundo, passou pelas norte-americanas por 3 sets a 2 (25/18, 18/25, 16/25, 25/22 e 15/11).
O título da Itália quebrou o monopólio de Rússia, China e Cuba, que se revezavam no topo do pódio dos Mundiais havia 24 anos.
A conquista chegou no único tropeço do forte time dos EUA na Alemanha. As italianas, por sua vez, haviam feito campanha irregular. A sensação da primeira fase -avançou invicta- quase ficou fora das quartas-de-final após perder para Cuba e Rússia.
Mas ontem, apesar da ansiedade de uma equipe não acostumada a decisões, a Itália foi superior.
O time teve dificuldade no primeiro set graças à escalação surpresa dos EUA. A atacante Prikeba Phipps ficou de fora por causa de uma lesão no olho e foi substituída por Tara Cross-Battle.
"Nós estávamos preparados para enfrentá-la [Phipps". Tivemos de mudar nossa forma de jogar", afirmou o técnico Marco Bonitta.
Mas, depois de um início ruim, as italianas arrumaram seu jogo e souberam tirar vantagem do importante desfalque do rival -abriram 2 a 1 com facilidade. No quarto set, no entanto, o time se afobou. E, na pressa para fechar, viu o jogo ir para o tie-break.
Foi a vez de a oposto Elisa Togut fazer jus ao título de MVP (Most Valuable Player) do Mundial que receberia após a vitória. Com três de seus ataques, a Itália desempatou o placar que estava em 9 a 9 e abriu a vantagem que lhe garantiria o título. E foi novamente Togut, com o último de seus 32 pontos, quem decidiu a partida.
"É muito difícil acreditar que somos campeões do mundo. Mas acredito que devemos ter merecido isso", afirmou Bonitta.
O treinador assumiu a seleção italiana em março de 2001 e havia comandado o time na conquista do vice-campeonato europeu.
Bonitta deu continuidade ao trabalho de Angiolino Frigoni, que treinou as italianas de 1998 a 2000 após ter substituído o consagrado Júlio Velasco -campeão mundial com a equipe masculina do país em 1990 e 1994.
Na ponta da cadeia de comandantes italianos na década de 90 está o brasileiro Marco Aurélio Motta, hoje técnico do Brasil. Foi com a ajuda dele, a convite de Velasco, que o vôlei feminino da Itália iniciou sua renovação em 1991.
Destaques da campeã como Togut, Francesca Piccinini e Manuela Leggeri iniciaram sua trajetória na seleção com o brasileiro.


Com agências internacionais

 ATUAÇÕES - ITÁLIA: Lo Biano (1 ponto), Rinieri (12), Togut (32), Leggeri (4), Piccinini (14), Mello (14), Cardullo (líbero); Anzanello (1), Mifkova (0), Sangiuliano (1); EUA: Flynn (2 pontos), Scott (12), Haneef (21), Bown (15), Cross-Battle (6), Tom (14), Sykora (líbero); Bachman (0), Fitzgerald (0), Noriega (0), Metcalf (1)


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