São Paulo, domingo, 16 de setembro de 2007

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Derly fatura inédito bi mundial

Meio-leve repete o título do Cairo-05 no Rio e, com o ouro do Pan, se garante na Olimpíada-08

Topo do pódio é o terceiro do país na competição carioca, o que dá a liderança ao Brasil no quadro de medalhas entre os homens

Rafael Andrade/Folha Imagem
O gaúcho João Derly comemora o bicampeonato mundial, no Rio


LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O gaúcho João Derly, 26, é o primeiro bicampeão mundial da história do judô brasileiro.
Com o título, o meio-leve, que ganhara também os Jogos Pan-Americanos é o primeiro atleta do país confirmado no torneio olímpico de Pequim.
"A gente sabe que treina para isso, se dedica, passa por dificuldades. É um privilégio ser bicampeão mundial", disse Derly. "Ano passado, passei por cirurgia. Não sabia se voltaria a ser o mesmo João. Aos poucos, fui ganhando confiança, no circuito europeu, no Pan."
Com o bi, Derly se iguala ao alemão Udo Quellmaz, ao iraniano Arash Miresmaeilli e ao soviético Nikolai Solodukhin, que tinham vencido o Mundial na categoria duas vezes.
Foi o terceiro ouro do país -ou metade dos disputados entre os homens-, o que amplia a ponta brasileira no quadro masculino de medalhas.
Para o Brasil não acabar em primeiro lugar, é preciso que um dos outros três países que obtiveram ouros masculinos ganhem hoje as duas categorias em disputa -ligeiro (60 kg) e absoluto (sem limite de peso), algo que, nos três primeiros dias do evento, não aconteceu.
Para repetir a medalha dourada do Cairo-05, Derly precisou três vezes ir ao golden score, a "morte súbita" do judô.
A primeira delas foi logo na luta de estréia, diante do chinês Ritubilige Wu. O combate continuou acirrado na prorrogação, até Derly impor sua pegada e forçar a punição do rival.
Na segunda rodada, contra o representante da Mongólia, Derly saiu atrás. Na metade final da luta, conseguiu um waza-ari (a segunda maior pontuação), antes de imobilizar o asiático, para obter o ippon.
Contra o australiano Ivo dos Santos -nascido em Portugal e naturalizado-, a vitória também veio com imobilização.
A quarta-de-final, com o italiano Giovanne Casale, foi bastante amarrada. Até que, a 46s do fim, Derly encaixou o ippon.
A semifinal, diante do armênio Armen Nazaryan, foi dramática. Derly sofreu um koka (a pontuação mais baixa) e empatou com uma catada de perna. Na prorrogação, Derly foi mais agressivo e pontuou.
Na decisão, contra o cubano Yordanis Arencibia, ao qual superara nas quartas-de-final do Pan, mais um golden score, depois de outro confronto truncado. Como antes, Derly usou a técnica favorita, o ataque das pernas, para alcançar o ouro pela segunda vez seguida.


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