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Derly fatura inédito bi mundial
Meio-leve repete o título do Cairo-05 no Rio e, com o ouro do Pan, se garante na Olimpíada-08
Topo do pódio é o terceiro do país na competição carioca, o que dá a liderança ao Brasil no quadro de medalhas entre os homens
Rafael Andrade/Folha Imagem
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O gaúcho João Derly comemora o bicampeonato mundial, no Rio |
LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O gaúcho João Derly, 26, é o
primeiro bicampeão mundial
da história do judô brasileiro.
Com o título, o meio-leve,
que ganhara também os Jogos
Pan-Americanos é o primeiro
atleta do país confirmado no
torneio olímpico de Pequim.
"A gente sabe que treina para
isso, se dedica, passa por dificuldades. É um privilégio ser
bicampeão mundial", disse
Derly. "Ano passado, passei por
cirurgia. Não sabia se voltaria a
ser o mesmo João. Aos poucos,
fui ganhando confiança, no circuito europeu, no Pan."
Com o bi, Derly se iguala ao
alemão Udo Quellmaz, ao iraniano Arash Miresmaeilli e ao
soviético Nikolai Solodukhin,
que tinham vencido o Mundial
na categoria duas vezes.
Foi o terceiro ouro do país
-ou metade dos disputados
entre os homens-, o que amplia a ponta brasileira no quadro masculino de medalhas.
Para o Brasil não acabar em
primeiro lugar, é preciso que
um dos outros três países que
obtiveram ouros masculinos
ganhem hoje as duas categorias
em disputa -ligeiro (60 kg) e
absoluto (sem limite de peso),
algo que, nos três primeiros
dias do evento, não aconteceu.
Para repetir a medalha dourada do Cairo-05, Derly precisou três vezes ir ao golden score, a "morte súbita" do judô.
A primeira delas foi logo na
luta de estréia, diante do chinês
Ritubilige Wu. O combate continuou acirrado na prorrogação, até Derly impor sua pegada
e forçar a punição do rival.
Na segunda rodada, contra o
representante da Mongólia,
Derly saiu atrás. Na metade final da luta, conseguiu um waza-ari (a segunda maior pontuação), antes de imobilizar o
asiático, para obter o ippon.
Contra o australiano Ivo dos
Santos -nascido em Portugal e
naturalizado-, a vitória também veio com imobilização.
A quarta-de-final, com o italiano Giovanne Casale, foi bastante amarrada. Até que, a 46s
do fim, Derly encaixou o ippon.
A semifinal, diante do armênio Armen Nazaryan, foi dramática. Derly sofreu um koka
(a pontuação mais baixa) e empatou com uma catada de perna. Na prorrogação, Derly foi
mais agressivo e pontuou.
Na decisão, contra o cubano
Yordanis Arencibia, ao qual superara nas quartas-de-final do
Pan, mais um golden score, depois de outro confronto truncado. Como antes, Derly usou a
técnica favorita, o ataque das
pernas, para alcançar o ouro
pela segunda vez seguida.
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