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Escutas da PF
revelam papel
de destaque
DA REPORTAGEM LOCAL
Nas escutas telefônicas da
Polícia Federal, Renato Duprat não é coadjuvante.
Suas conversas gravadas
durante a Operação Perestroika mostram que ele tratou dos mais diversos assuntos, seja em nome do Corinthians, de empresários, de
advogados e até de Boris Berezovski e de Kia Joorabchian -com ambos mantinha discurso cordial.
Duprat esteve, por exemplo, participando ativamente
das negociações para que
Emerson Leão fosse contratado pelo Corinthians.
Em conversa com Paulo
Angioni, então funcionário
da MSI, ele chegou a ser acionado para resolver uma pendência que atrapalhava a
chegada de Leão. Em 14 de
agosto de 2006, Angioni dizia a Duprat que a MSI não
poderia se comprometer a
pagar os impostos sobre os
ganhos do treinador. "Eu joguei isso para o Dualib pagar", falou Duprat.
O empresário teve bom
trânsito também na Federação Paulista de Futebol. No
dia 15 do mesmo mês, ele
atendeu a uma ligação de Angioni em telefone localizado
dentro da sede da entidade.
Duprat também agiu tentando aparar arestas entre
MSI e Corinthians.
No dia 17 de outubro de
2006, por exemplo, ele acalma um irritado Dualib, que
pedia explicações sobre o
motivo de Berezovski ter ficado com seu passaporte
-depois apreendido pela PF
com o russo no Brasil.
"Nem sei se ele usou o passaporte para alguma falcatrua", acusava Dualib. "Pelo
que me lembro, era o negócio
de Israel. Acho que ele trouxe para dar para o senhor",
respondeu Duprat.
Dentro do clube, chegou a
ter poderes de dirigente. Em
conversa no dia 5 de junho
com Paulo Amoretty, então
advogado do Corinthians no
caso Nilmar/Lyon, Duprat é
quem pede atualizações sobre o trâmite do imbróglio. E
sugere estratégia: "A gente
posterga, empurra o caso
com a barriga o mais para a
frente possível."0
(EAR E PGA)
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